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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Efun



Efun

Cerimonia ritual que consiste em pintar a cabeça raspada e o corpo de um iniciado, com circulos ou pontos, e com traços tribais ( nas faces ) , feitos com giz, durante a iniciação.
Na primeira saida (saida de Oxalá) de iniciado (Iaô), a pintura é toda branca. Na segunda costuma-se usar a côr preferida do seu orixá de cabeça.
Para essa pintura usa-se giz dissolvido em água, com um pouco de goma arábica. 

Depois da dança a pintura é removida com um banho de ervas sagradas.


Efun na lingua iorubá é cal, giz.
No culto de Obatalá ( Oxalá) , na África este é representado por bolos redondos de giz - sésé - efun ( xexé efun ) , bem como outros objetos brancos.
Efun também significa cal. E cal é " lime " em inglês , que também é limo.
O chamado " limo" da Costa para representar Oxalá acaba sendo confundido devido ao uso errôneo das palavras.

O cal ou gesso, , segundo as tradições africanas, é o material para o "assentamento", que é a implantação do orixá no iaô e no seu fetiche.

fonte:
Dicionário de cultos Afro. Brasileiros
Olga Gudolle Cacciatore




A PRIMEIRA FILHA DE ORISÁ

Obatalá... Espera, Osun! Não posso interferir no processo de vida e morte, mas tenho, como tu mesma tens poderes para criar e consagrar símbolos que perpetuem um ser. Que o represente em qualquer situação e que possa ser renovado constantemente. Um símbolo vivo de alguém que já morreu!
E este símbolo deverá participar de todos os rituais em nossa honra! E representará, com sua presença, não só a presença de seu pupilo, como também de todos aqueles que um dia receberam o sagrado OSU, que estabelece a aliança firmada entre o iniciado e seu Orisá! Um símbolo que possa representar também a Terra, onde habitam seus corpos depois de levados por IKU!
A GALINHA D'ANGOLA gritaram todos em uníssono.
Osun providenciou, imediatamente, uma galinha d'angola, que naquele tempo era inteiramente preta, e Obatalá lá soprou sobre ela pó de efun, pintalgando-a de branco, como hoje ela é. Osun, então, modelou, com manteiga de orí da Costa, um cone ao qual acrescentou diversos componentes mágicos, e fixo-o sobre a cabeça da ave, dando a ela o status de ODOSU (aquele que possui OSU), que distingue os iniciados no Culto dos Orisás.
OBATALÁ sentenciou: A partir desse dia, serás representado, em todos os rituais, por ETU, a galinha d'angola. Qualquer ritual em que ela não estiver presente, não será por nós validado. Esta ave é, a partir de agora o símbolo dos iniciados do qual foste o precursor e , por isso nascerá provida de OSU e da pintura de efun que é feita em minha honra!
É por isso que, ainda hoje, a galinha d'angola deve estar presente em todas as cerimonias em honra aos Orisás, e uma parte dela compõe o OSU, que é colocado sobre a cabeça do neófito na hora de sua iniciação.

fonte:
Trecho do livro
Igbadu A Cabaça da Existência
Adilson de Osalá
A Galinha D'Angola
J. Flavio P. de Barros