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domingo, 18 de setembro de 2011

Orèlúéré ou Olóde-Orè e Idena

Orèlúéré ou Olóde-Orè e Idena
Foram dezesseis àgbà (anciões) que vieram junto com Odùduwà para criar o Àiyé.
Um deles foi Oré que se tornou Olófin Odùduwà, o Àjàlàiyé.
Orèlúéré ou Oré, chefe dos caçadores e também o guardião das tradições e da moral, foi o primeiro a pisar na terra após a criação do mundo.
Foi o primeiro a explorá-la, antes que qualquer um fizesse, pois essa era sua função como caçador, conforme reza a tradição.
Por isto também é aclamado como Onílè, Senhor da terra.
Mais tarde ele teria se tornado um dos companheiros de Òbàtálá.
fonte:
artigo de Aulo Barretti

O bosque sagrado de Ore
Há uma ligação entre as esculturas de pedra do Pais Ioruba e a arte clássica de Ifé.
No entanto as de pedra diferem do conhecido estilo de terracota e latão de Ifé.
Elas se encontram a uns 100 km de Ifé na floresta central Ioruba, e também em Esie a 90 km ao norte de ifé, nas bordas da floresta.
E particularmente em dois vilarejos, situados nas savanas, onde se acham ao menos nove desses locais.
Nos bosques de sagrados Ifé, local é povoado por muitas esculturas de homens e animais, encontram-se duas estátuas de granito, entre a parte interna e externa do muro, que representam dois personagens conhecidos pelos nomes de Idena e Oré.
A maior é a de Idena, o porteiro.
Uma terceira estátua é a de uma mulher ajoelhada, no espaço entre essas duas e o bosque vizinho.
Elas podem ser comparadas a certas esculturas Iorubas modernas, feitas em madeira.
Diversos objetos em pedra se agrupam a volta dessas esculturas, e noutras clareiras desse bosque.
As estátuas de Idena e Oré, porém, são as únicas executadas em pedra dura.
fonte:
LES YOROUBA
Microsoft Encarta Africana
AfriquePluriel
minha tradução

Aworan, a representação do "self" e o seu "outro" metafísico na arte Ioruba.
O costume dos iorubas ofertarem imagens sacras aos mortos remonta ao período Edênico, chamado de Igba Iwase (começo da existência), quando a relação com a morte era diferente.
Quando o corpo físico envelhecia ou tornava-se fraco para sustentar a alma, tudo o que ancião necessitava era entrar em um túnel numa caverna que o levava ao firmamento, onde sua alma reencarnaria em um novo corpo para voltar à vida terrena.
Aquele que estivesse cansado de viver podia voltar ao céu através dessa caverna. E as novas almas reencarnadas entravam na terra por essa mesma caverna.
Algumas personalidades, não partiam da mesma maneira, elas eram transformadas em estátuas. Isso se chamava didi-otá (a arte de tornarem-se pedras).
De acordo com os nativos de Ifé, aonde proliferam muitas imagens de pedra, essas pessoas encomendam uma imagem para ficar escondida num local conhecido apenas pelos amigos íntimos.
São esses amigos que anunciam ao publico que esta personalidade se transformara em didi-otá, revelando aonde essa efigie havia sido escondida, para se colocada em seguida num sacrário onde se pode perpetuar a memoria da pessoa falecida.
Uma dessas imagens em pedra data do segundo milênio do período Edênico é a imagem de Idena, um famoso caçador, e um dos guarda costas de oreluere, o antigo chefe de Ife, aquele que se uniu a Obatala para desafiar Odudua por ter usurpado o trono. Antes de ser levada para o Museu Nacional de Lagos, essa estatua ficava na entrada do sacrário de Oreluere em Ife, local onde Idena presumivelmente se transformou em pedra.
Essa lenda de que as pessoas não morrem, mas tornam-se pedras, esta expressa num ditado Ioruba:
Ojo a ku la a d´ere,
enyian ko sunwon laaye
É a morte que faz essa imagem perfeita em pedra
Uma pessoa quando viva tem defeitos
Em outras palavras, a existência terrena de um individuo, começa com uma imagem moldada por Obatala, o corpo humano torna-se um cadáver, que se reverte naquilo que foi originalmente, uma estátua (ere).
A frase “Uma pessoa quando viva tem defeitos" evoca a tendência dos Iorubas de canonizarem a morte.
A morte de uma pessoa deve ser velada, de acordo com o seu código de ética, independentemente das suas fraquezas, mesmo os algozes, inimigos e caluniadores tem que prestar as ultimas homenagens ao falecido.
Da mesma maneira, o artista deve caprichar na execução de sua escultura, que frequentemente representa o individuo na forma mais jovem.
Esses foram os depoimentos do famoso escultor de Imeko, Mosudi Olatunji, para Robert Farris Thompson no inicio dos anos 1960.
fonte:
Aworan: A representação do self e o seu outro metafísico na arte ioruba.
Minha tradução