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domingo, 16 de outubro de 2011

Barro, vento e sol. Raízes de uma arquitetura africana

A arquitetura tradicional africana se assenta em um amplo espectro do edificado: Desde o efêmero de suas etéreas construções nômades, sempre em movimento como o vento inclemente do qual em vão tentam escapar, até a inamovível perpetuidade de suas pirâmides ancoradas estoicamente sob o calcinante sol do deserto. A luta do ser humano para se instalar em um meio que só o aceita com reticência guarda uma admirável identificação com uma dessas sagas que surgem periodicamente no desenvolvimento da humanidade contra toda argumentação cínica, contra toda judiciosa cautela, contra todo raciocínio antecipador.  Uma saga de múltiplas respostas formais expressa em uma gama que se estende desde as soberbas cidades de pedra de Mauritânia e Zanzibar, o milenar patrimônio egípcio, os castelos líbios ou as igrejas subterrâneas etíopes até as maravilhosas criações contrastantes surgidas do uso do humilde barro combinado com outros materiais locais disponíveis, predominantemente de origem vegetal.

Fonte:

Barro, vento e sol.
Raízes de uma arquitetura africana

Gonzalo Vélez Jahn é arquiteto e professor, Laboratório de Técnicas Avançadas em Desenho, Escola de Arquitetura Carlos Raúl Villanueva. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Central da Venezuela, Caracas.

foto:
Arquitetura de terra, Tamr Henna, El Gouna, Mar Vermelho, Egito.