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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Hotéis de luxo no continente africano

Hotel La Mamounia, Marrakesh

Algumas pessoas tornam-se frequentadoras de um hotel devido à culinária. Outras repetem o check-in seduzidas pelas instalações. Há, ainda, aqueles hospedes que se rendem à localização.
Para o primeiro ministro inglês Winston Churchill, o suntuoso Hotel La Mamounia, em Marrakesh, no Marrocos, tinha um atrativo especial: o pôr-do-sol, que inspirava as paisagens pintadas a óleo em seus quadros.
Todo inverno, o estadista sentava-se sozinho no terraço de sua suíte e, munido de paleta e pincéis, retratava o cenário de picos nevados da Cordilheira do Atlas - pois é, neva no norte da África.
"Este é o lugar mais adorável do mundo", disse Churchill ao presidente americano Franklin Roosevelt, referindo-se ao hotel, que combina a arquitetura marroquina ao design art déco.
Nas quatro décadas em que se dedicou à pintura, Churchill produziu mais de sessenta telas, sempre fumando os inseparáveis charutos. Seu rendimento só caiu durante a Segunda Guerra Mundial, quando pintou apenas um quadro - e o fez no La Mamounia.
Passado o conflito, voltou ao hobby e vários de seus trabalhos inspirados nos jardins do hotel estão hoje no Museu Churchill, na Inglaterra.
O La Mamounia homenageou o hóspede ilustre, dando o nome do estadista britânico à suíte em estilo inglês, em que ele se hospedava. O apartamento é decorado com fotos de Churchill. E inclui até uma tela inacabada desse célebre artista amador.
O Hotel La Mamounia poderia ser considerado um oásis. De fato, fica perto do deserto. Mas, em vez de dunas de areia, ele é cercado pelos muros do bairro velho da cidade de Marrakesh, no Marrocos.
O mais glamoroso dos hotéis de Marrakech é uma construção dos anos 20 numa propriedade palaciana pertinho da Medina. Seus arquitetos pareciam decididos a fundir o estilo da época, o art-decô com a tradição mourisca, obtendo um resultado que eu definiria como "mourisco-decô".