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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Tijolos de adobe


O tijolo de adobe foi e continua sendo um material bastante usado na construção popular. É considerado um dos antecessores do tijolo de barro e seu processo construtivo é uma alvenaria rustica.
Confeccionado com barro e palha (tal como descrito na Bíblia), foi um material de uso frequente nas civilizações do crescente fértil, especialmente no Egito e Mesopotâmia.
Seu uso foi uma constante em países de clima seco, principalmente na arquitetura doméstica devido à rápida secagem, embora também tenha sido utilizado nos grandes monumentos das antigas civilizações.
Os zigurates (na Mesopotâmia) e as mastabas (no Egito) foram feitos essencialmente com esses tijolos de adobe.
A construção em adobe deve ser feita nos períodos de seca, pois esse tijolo não é queimado, não suportando as chuvas.
Entretanto ele pode durar por mais muitos anos quando protegido por uma cobertura.
O interior das casas de adobe é bastante fresco, suportando bem as altas temperaturas dessas regiões.
Para prepará-lo é necessário usar solo argiloso. O barro é pisado com água em uma vala até obter-se uma boa liga.
Em seguida é colocado em formas de madeira medindo 40 x 20 x 15 cm.
Essa forma é molhada antes de se despejar a argila. O tijolo é virado a cada dois dias secando por 10 dias.
Para testar sua resistência, costuma-se colocar dois tijolos afastados entre si por volta de 30 cm e outro por cima. Se não rachar, é porque esta pronto para ser usado.
O adobe africano ou “banco”
O uso do adobe como material de construção se pratica na África e no Oriente Médio desde tempos imemoriais.
Em Djenné, adobes de forma cônica foram produzidos até épocas recentes, incorporando frequentemente material de enchimento, como a palha, para agregar maior coerência e força ao barro secado ao sol.
As técnicas para proteger os pontos débeis da construção mediante o uso de materiais mais sólidos como base de sustentação, assim como de combater a umidade com a incorporação de material isolante no revestimento de paredes, favorecendo a extensão de beirais em lugares estratégicos são muito similares às nossas próprias formas de encarar o problema.
Talvez o maior ponto de diferença resida na frequência obrigatória de manutenção anual em razão do rigor da temporada de chuvas.
É muito apropriado reconhecer aqui o papel desempenhado pelo famoso arquiteto egípcio Hassan Fathy, que conduziu durante longos anos no século XX uma cruzada pelo resgate dos claudicantes valores dos materiais naturais de construção africanos, proposição que tomo como base, dentro de uma ótica atualizada, para destacar as virtudes inerentes ao adobe, entre outros materiais, em razão de seu baixo custo de produção, participação comunitária, comportamento térmico adequado e efeitos inócuos sobre o meio ambiente.