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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Cidade do Benin, Nigéria

Estado da África Ocidental, cuja capital é a cidade de Benim, um território atualmente pertencente à Nigéria. 
O fundador do reino foi o povo Edo ou Bini do século XII.
Este reino era governado por uma dinastia inicialmente de senhores da guerra, vindo depois a assumir um carácter mais religioso.
Em meados do século XVI abrangeria uma boa parte do Sul da atual Nigéria.
Por volta de 1480 e 1504, o rei de Ozolua estabeleceu relações comerciais e diplomáticas com Portugal, e manteve relações comerciais com outros mercadores europeus que comerciavam óleo de palma, marfim, pimenta e produtos têxteis.
O reino de Benim também participou no comércio de escravos, embora esta atividade fosse restringida depois de meados do século XVI, quando o rei permitiu apenas a exportação de escravos do sexo feminino.
O Império entrou em decadência nos séculos XVIII e XIX, culminando na sua anexação pelos ingleses em 1897.
No século XX, os obas, ou reis, assumem ainda a função de líderes, embora apenas cerimonialmente.
Os artistas deste país eram bastante famosos na Idade Média pelos seus trabalhos em marfim incrustado, peças de joalheria, cabeças e peças para altares em bronze, e também pela produção de placas ornadas por relevos.
A África no Século XIX ao Encontro da Europa
A leste do Oyo estava o Benim dos Edos, dois estados vizinhos ligados por laços históricos comuns de origem no centro da irradiação primordial das suas tradições, no Ile-Ife, a Casa Grande da grande família dos estados iorubas.
O Benim, porta ainda por onde começaram os Portugueses as suas primeiras explorações para o interior desta parte do continente à busca do lendário Preste João da Índia, no século quinze.
O Benim a que nos referimos é o Benim antigo, a leste do estado Ioruba do Oyo, não o Benim conhecido até 1975 por Daomé, Daomé Agasuvi dos séculos antepassados, Daomé colônia francesa desde a década dos 90 de 800, Daomé, estado africano em 1960.
É o que se chama Benim Ogiso, dos povos Edo, rival dos iorubas da história apesar das suas origens comuns no Ile-Ife, a Casa Grande, manancial das tradições das grandezas do Oyo.
Muito do que sabemos a respeito do reino dos Obas, nome dado aos monarcas beninenses nos chega através das crônicas portuguesas e escritos da época.
O nome ”Benim” é a deturpação do termo nativo ”beni-bini” residentes da água.
A historia anterior à chegada dos portugueses é de tradição oral e muito do que se conta são passagens míticas.
A terra onde surgiu o reino do Benim era habitada pelos povos Efa, governados pelos monarcas da família Ogiso a quem faltava tudo, mais o carisma da boa governação da cidade.
As constantes revoltas entre o povo fizeram com que a classe dos Uzama - as sete tribos principais do reino à maneira das sete tribos Oyo Mesi do Oyo, enviassem emissários a Oduduwa do Ile-Ife para que lhes enviasse um príncipe, sábio na arte do governo dos povos.
Foi enviado o príncipe real Oranmyian acompanhado por um cortejo de pagens representando os ofícios necessários para o bom andamento do reino que Oranmyian iria fundar entre os Edos do Benim.
O Príncipe Oranmyian instalou-se num palácio construído a propósito desde logo tornado em santuário em que seriam coroados os futuros monarcas do Benim, não sem a oposição dos Príncipes Uzama.
A história se repete, recordar-se aqui das relações, nem sempre cordatas - Oyo Mesi e Alafins de Oyo.
Oranmyian se tomou para esposa uma princesa real Ogiso que lhe deu um filho a quem Oranmyian deu o nome de Eweka.
Oranmyian decide então abandonar o governo do reino ao Príncipe Eweka convencido que estaria assim em boas mãos por um príncipe local.
Oranmyian foi enviado por Oduduwa a cumprir missão similar para o noroeste, patronizar mais um reino Oyo da fama da nossa história. Eweka o ficou a consolidar as bases da nova dinastia do Benim.
Os laços de paternidade entre o Ile-Ife e o Benim passaram a ser lembrados desde logo na tradição, pela trasladação do corpo outras tradições referem de um elemento do corpo - a cabeça do monarca defunto, do falecido Oba do Benim - para sepultura no santuário dos seus antepassados no Ile-Ife tradição que lembra o período das migrações frequentes entre Iorubas do noroeste e Edos da costa atlântica, dois ou três séculos talvez antes do encontro com os Europeus.
Conflitos de autoridade entre os descendentes de Oranmyian da linha de Eweka e o Príncipe Uzama, tiveram desde o inicio a mesma intensidade da que encontramos entre os Oyo Mesi e os Alafins iorubas do Oyo.
Todavia, os Edos parecem ter achado uma solução mais cedo evitando a crise institucional que prostrou o estado vizinho o Oyo nos séculos cruciais antes da ocupação colonial.
A maior revolta no Benim foi a do terceiro descendente de Eweka, o rei Ewuare que matou o irmão mais novo no trono instaurando uma monarquia absoluta a exigir obediência incontestável de todos.
Bronzes do Benim
Leo Frobenius, arqueólogo alemão, acredita que o território ioruba conhecido por Yorubaland e outras localidades ao longo da costa africana perto da Nigéria fossem as culturas desenvolvidas que deram origem a histórias trazidas por navegantes fenícios acerca de misteriosas civilizações oceânicas.
As fantásticas estátuas de bronze fundido executadas em Benin, e outros espécimes culturais, representam uma civilização africana de considerável desenvolvimento.
Olokun, o deus dos oceanos ioruba, possui vários traços em comum com Poseidon, deus dos mares e lendário fundador da Atlântida.
No ano de 1300 o soberano de Ifé, a cidade sacralizada, enviou um de seus descendentes ao reino de Benin para conhecer suas técnicas e aplicá-las em seu regresso, o estilo da arte em bronze do Benin é um testemunho das relações estreitas entre os dois reinos, mas os Iorubas, os superaram, na técnica e na delicadeza de sua arte.
O bronze de Ifé parte de um estilo de modelação como a Terracota.
Seus antecedentes têm sido encontrados nas terracotas de Nok.
Nestas os detalhes da figura humana estão um pouco sintetizados, destacando algumas marcas regionais, e nisto, assim como nas proporções gerais diferem das de Ifé, nas que se percebe a busca dos modelos anatômicos, como se fossem retratos, dentro de um tamanho menor.
As cabeças de bronze apresentam variedades de caracteres faciais, presos em detalhes sutis que permitem apreciar diferentes expressões nos rostos e até incluem algumas deformações anatômicas.
Em 1910, Leo Frobenius descobria a arte real do Benin e a de Ifé a que a pouco aludimos.
A partir daí, a Europa tomava conhecimento dos inestimáveis acervos artísticos do Palácio de Behazin em Abomé.