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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Palácios reais de Abomé

Os palácios reais de Abomé são um grupo de construções feitas de taipa pelos povos Fons entre meados do século XVII e finais do século XIX. 
Em 1985 foram considerados pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade e como Patrimônio Mundial em perigo, devido aos estragos provocados por um ciclone.
Abomé foi a capital do antigo reino Dogbagri, o enclave original da etnia Fon, de grande esplendor. 
É um complexo de palácios que foram transformados recentemente num museu que exibe uma excelente mostra.
São tronos, estátuas reais, túmulos dos reis Ghezo e Glele, suas relíquias e joias, além de todo o tesouro deste povo, que lutou valentemente contra a ocupação francesa. 
Destacam-se os famosos baixos-relevos na área externa dos palácios, que trazem um verdadeiro código iconográfico que relata a história e o poder dos Fon.
Os mais impressionantes e com melhor estado de conservação estão nos palácios de Guézo e Glèlè. 
Esse conjunto artístico relata de maneira aprofundada e cheia de detalhes, a historia do reino, suas crenças e seus deuses, e a bravura de seus filhos, sejam as amazonas ou guerreiros, que lutaram pela pátria e venceram os inimigos. 
Em 1993, 50 dos 56 baixos-relevos que decoravam as paredes do palácio do rei Glelê (1858-1889) denominado agora "Salle des Bijoux", Sala das Joias, foram removidos e substituídos na estrutura reconstruída. 


O antigo reino do Daomé


Originário da cidade ioruba de Ketu, o povo Fon organizou o reino de Daomé no século XVII, porém sua organização política data de período bem anterior. 
O núcleo do seu crescimento foi a cidade de Abomé, que foi estendendo gradativamente os seus domínios pela região.
Essa cidade era circundada por uma muralha de taipa com uma circunferência de aproximadamente nove quilômetros (Enciclopédia Britânica, 1911), atravessada por seis portões, e protegida por uma vala de arbustos espinhosos, de 1,5 m de profundidade, acácia espinhosa, a defesa típica das fortalezas dessa região.
O vilarejo situava-se dentro dos muros, com casas separadas por plantações, pela praça do mercado e pelos diversos palácios reais, ao redor de uma grande praça.
Em novembro de 1892, Behanzin, último rei independente do Daomé, derrotado por forças coloniais francesas, incendiou Abomé e fugiu para o norte. 
A administração colonial francesa reconstruiu a cidade e conectou-a com a costa através de uma estrada de ferro.
Entre 1625 e 1900, doze reis sucederam um ao outro na chefia do reino, vivendo nesses palácios.
Com exceção do rei Akaba, que morou em outro local, cada um desses soberanos construiu seu próprio palácio dentro dessa área, em continuidade com os palácios precedentes. 
Os palácios reais de Abomé são a única lembrança deste reino desaparecido.


Nota: 


Não devemos confundir o reino Fon do Daomé, atual "República do Benim", com o império vizinho Ioruba de Oyó, à oeste da Nigéria.
Esse império existiu historicamente do século X até 1897 era governado pelos Obas do Benim, cuja capital situava-se na atual "Cidade do Benin" na Nigéria.