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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Kivuthi Mbuno (1947)


Nasceu no Quenia em 1947. É um dos reconhecidos mestres da cena artística internacional. O seu trabalho esteve presente em exposições em inúmeros museus e galerias tanto na Europa - Mbuno está representado na Saatchi Collection em Londres, por exemplo - como nos Estados Unidos (Center for African Art, Nova York).
Quando jovem, Kivuthi Mbuno trabalhou em safaris tendo realizado inúmeras viagens pelo interior do Quenia e da Tanzânia. Este trabalho, em íntima relação com a Natureza, a fauna e a flora, marcou-o profundamente. Em 1976, a sua relação com a família da baronesa Karen Blixen (conhecida pelo nome de plume, Isaac Dinesen) levaram Mbuno a estabelecer-se em Langata, onde passou a dedicar-se exclusivamente ao desenho. As suas viagens pelo interior do país a vida tradicional da tribo Wakamba, de que faz parte, inspiraram-no. Kivuthi Mbuno entrega-se à Natureza e através do seu trabalho, mostra-nos o extraordinário que existe na mais comum das situações. Com um estilo preciso - utilizando nanquim, lápis de cor e pastel - combina animais, humanos e objetos tradicionais colocando-os em espaços imensos. Este é o seu vocabulário.
Os vastos territórios em África não possuem aqui nenhum dos aspectos hostis a que geralmente os associamos. Kivuthi Mbuno transporta-nos para um mundo tranquilo e luminoso onde se pode observar qualquer atividade humana. Para Kivuthi Mbuno, o belo ocorre em lugares e situações onde normalmente não repararíamos. Animais (gazelas, girafas, hienas, elefantes, serpentes, aves) brincam com as suas características morfológicas (o longo pescoço da girafa, a poderosa tromba do elefante.) neste mundo onde cada um ocupa o seu lugar em harmonia com os outros animais. Apenas os humanos parecem perturbar este ambiente. No entanto, Mbuno confere-lhes características que são simultaneamente grotescas e elegantes: parecem mover-se com a mesma graciosidade que os animais que caçam.
O trabalho de Mbuno no entanto, aproxima-se mais do sobrenatural do que do natural. Seria errado presumir no seu trabalho a marca de um primitivismo naif. Como o próprio artista explica, os seus trabalhos não pretendem retratar a realidade, mas a sua ideia da natureza, do que poderia ter sido um éden. Para  Kivuthi  Mbuno, o belo reside na harmonia dos povos com o seu ambiente natural, e chama a esta forma de estar estar dentro da beleza.