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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Os Ovimbundos - Angola


Os Ovimbundos são uns dos maiores grupos étnicos bantos de Angola.
Os demais grupos importantes são os Bakongos, Quimbundos e Lunda-Tchokwes.
Os Ovimbundos juntamente com os Quimbundos são as únicas etnias que vivem inteiramente dentro de Angola.
Ambos utilizam a terminação mbundu, o que denota a relação estreita de suas origens e passado histórico.
Essa origem comum é percebida pelo uso da desinência «mtu», comum ao conjunto de povos da África subsaariana, que significa pessoa no singular (muntu) e bantu no plural.
Os Ovimbundos estabeleceram-se a sul do rio Cuanza, no planalto central, dispersando-se pelos distritos mais populosos de Angola: Huambo, Benguela e Bié.
A partir deste centro populacional, os Umbundus foram-se espalhando por todos os outros distritos.
Este grupo, que era o mais homogêneo de todos, era também mais abrangente de todos os grupos linguísticos.
O grupo umbundu caracteriza-se devido à sua homogeneidade e ao fato de viverem em grandes aldeias.
A imbo (plural ovaimbo) era composta de dez a cinquenta agrupamentos, com uma população que oscilando entre 100 a 1000 pessoas.
Em geral, a aldeia recebia o nome do seu fundador, de quem o membro mais velho da aldeia muito provavelmente descendia.
Apenas o ancião da aldeia, o sekulu, podia falar da “minha aldeia” (limbo liangue); para o resto das pessoas, ela era a” nossa ladeia” (limbo lietu).
Em território umbundu apenas as pessoas ligadas pelos laços de sangue construíam as suas casas na mesma aldeia.
Em finais do século XIX, os Umbundu estavam organizados politicamente em doze reinos, dos quais o do Bailundo, o do Huambo, Bié, Chiyaka, Galangue e Andulo eram os mais poderosos.
Ao sul do Kwanza os Ovimbundos representam o grupo predominante.
Os Benguelas, Biés e Huambos vêm em segundo e os Kwanza Sul, Malanges, Moxico, Kuandos Kubangos, Namibes, Huílas em terceiro.
Uma das características dos Ovimbundos é sua capacidade de sair do seu espaço social e cultural original, receber influências exteriores, sem comprometer o seu património histórico e cultural.
Assimilar sem ser assimilado, sobretudo a língua.
Os umbundu também são aqueles que mais diversificam os seus meios de subsistência.
São os únicos que se dedicam simultaneamente a produção de cereais, verduras e pastoreio.
Do gado aproveitam tudo: a carne, o leite, o estrume.
Do ponto de vista tecnológico, tiram proveito da força animal, bois, burros e cavalos para lavoura e transporte de carga.
Enquanto que os seus vizinhos a sul; os ovambos, Hereros e Nhanega-Humbes, os mais conservadores do ponto de vista cultural, têm certa aversão à agricultura e não produzem verduras.
Nas comunidades junto ao rio Cunene, no Xangongos, os Ombanjas aprendem com os Umbundos a cultivar verduras, e o mesmo acontece em algumas comunidades das províncias do leste, Moxico e Kwando Kubango.
As populações do angolanas do norte, Cabinda, Zaire, Uíge, Lunda Norte, e Centro Norte, Luanda, Bengo, Kwanza Norte, Malange, dedicam-se exclusivamente a agricultura de subsistência.
O pastoreio não é comum.
Os Ovimbundos são primordiais para essas comunidades, pois garantem a segurança alimentar, através da diversificação de culturas e utilização de tecnologias apropriadas, sejam como mestres ou empregados,