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sábado, 3 de março de 2012

Contas de latão Baulê - Costa do Marfim


Artesanato africano

Os pingentes e contas de latão feitos com a técnica de cera perdida são ornamentos com significado religioso produzidos pela tribo Baule que vive na Costa do Marfim.
Esse povo descende dos Akans, grupo étnico que criou vários reinos e cidades- estado, ocupando progressivamente toda a região da floresta em direção ao Golfo da Guiné.
Durante o século XVIII, a rainha, Abla Poku, guiou seu povo para as praias do Cornoe à oeste, terra dos Senufos.
Ao cruzar o caudaloso rio, ela acabou morrendo.
Esse sacrifício deu origem ao nome Baule, que significa “A criança morreu”.
No limite entre floresta e savana, este povo de agricultores fez da região central o pulmão econômico do país.
O reino formado a partir das imigrações Axante (século XVIII), em que uma aristocracia estava constituída, sobreviveu até a invasão dos franceses, mas os antigos regimes sociais das populações submissas persistiram.
Assim, conservou-se parte do domínio público e religioso dos Axantes.
Os Baulês, bem como os Axantes, fazem parte de um grupo linguístico maior, os Akans, que constituem 45% da população de Gana e 33% da população da Costa do Marfim.
A arte em geral
Nas encostas do Monte Kokoumbo Boka, subsistem ainda os garimpos de onde vinha o ouro que deu a prosperidade aos Baulês e favoreceu o desenvolvimento de um artesanato muito refinado:
Batiques, pesos Akans, estátuas da fecundidade, máscaras de madeira esculpida, joias de ouro.
O tratamento da madeira e do metal é extremamente refinado: esse foco de uma grande arte de síntese exerceu sua influência sobre todas as populações vizinhas.
Trata-se, como em toda a África, de uma arte religiosa e também real.
No entanto, a frequência das decorações esculpidas em objetos usuais como colheres, pentes, ornamentos de cabelo, polias de tear, tamboretes, evoca trabalhos executados simplesmente para a satisfação estética.
Os pesos para pesar pó de ouro são muito semelhantes aos dos Axantes.
O ouro é empregado da mesma maneira: joias, grandes máscaras recobertas com folhas de ouro, pequenas máscaras fundidas por meio da técnica da cera perdida.