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quarta-feira, 7 de março de 2012

Dispensário em Zanzibar


Arquitetura na África

Zanzibar, A ilha das especiarias É ao largo da costa tanzaniana, em pleno oceano Índico, que vamos encontrar a mais colorida das áfricas, terra de exotismo, de memória e de sonho.
Paraíso perdido que o século XXI não resgatou ao tempo.
Para saber mais a respeito dessa localidade veja o link em preto logo abaixo:

Zanzibar 
O exotismo africano

Abraçada pelas águas tórridas do Índico que espelham um profundo céu azul, Zanzibar deslumbra logo à chegada.
Stone Town, a parte mais antiga e bonita da sua capital, Zanzibar Town, é o coração da ilha. Cidade erguida em tempos antigos leva-nos numa viagem no tempo em que, de repente, voltamos à época do Oriente, das especiarias, do comércio de escravos.
A arquitetura fortalece esta impressão, proporcionando um cenário semelhante aos evocados nas Mil e Uma Noites, com marcada influência árabe e a harmonia perfeita entre os traços africano e oriental.
Durante séculos este antigo entreposto de escravos controlou as rotas comerciais entre o continente africano e os mercados da Arábia, Índia e outros mais longe.
Egípcios, árabes, portugueses, ingleses todos eles governaram o território e o consideraram como a verdadeira joia da coroa inglesa, quer pela sua localização estratégica ao largo da Costa Africana, fulcral para o próspero negócio de escravos, marfim, ébano e ouro, quer pelas suas águas, solos férteis e clima ameno.
Stonetown (cidade de pedra) conhecida localmente como Mgi Mkongwe era um antigo vilarejo de pesca quando a capital estava em Unguja Ukuu, situada mais ao sul da ilha.
Quando o sultão Seyed Said mudou-se para o Zanzibar, ele deu inicio ao desenvolvimento de Stonetown.
O nome Zanzibar evoca a época dos grandes aventureiros como Livingstone, dos grandes sul­tões e de Simbad, o marujo.
É o principal pro­dutor mundial de cravo-da-índia, e outras especiarias, o que a torna um lugar cheio de fragrâncias exóticas.
A cidade convida a que nos percamos a passear pelas suas ruas estreitas e feiras; isso, sem deixar de visitar os principais monumentos, como a Casa das Maravilhas, o forte português e o antigo dispensário.

O velho dispensário

Dispensário é um estabelecimento que presta atendimento médico e distribui medicamentos.
Vai-se a um dispensário fazer uma consulta.
Os nomes lazareto e dispensário carregam um peso devido a sua dura missão de tratar o mal de hansen.
Um dos prédios mais bonitos da cidade é o antigo dispensário, com sua fachada ricamente rendilhada.
Foi construído no século 19, por um antigo comerciante indiano chamado Tharia Topan.
A maior parte do material de construção e a mão de obra foram trazidas da Índia.
Tharia Topan morreu antes de ver a obra completada.
O prédio ficou abandonado ate a morte de sua esposa, sendo concluído por pressão do cônsul britânico.
Foi inaugurado em 1887, e chamado de "Tharia Topan Jubilee Hospital".
Passou recentemente por uma restauração financiada pela fundação Aga Khan.
Atualmente funciona como um centro cultural.

A historia da hanseniase

A Hanseníase ou lepra sempre foi uma enfermidade preocupante para a área da saúde. Antes mesmo de ser classificada como enfermidade, quando ainda, conforme relatos bíblicos era considerada impureza de espírito, a Hanseníase já se evidenciava como um problema mais social de que físico.
Isto se deve ao fato de ser uma doença transmissível, mutilante e incapacitante e que, além disso, deforma a parte nobre da aparência física que é o rosto.
Por causa disso, além da questão psicológica que envolvia estes doentes, estes enfrentavam dificuldades financeiras pela incapacidade para o trabalho.
A doença continuou sendo um problema durante vários séculos e teve seu ponto crítico no século XIII e seu declínio na Itália no século XVI, e na França, Inglaterra e Alemanha somente no século XVIII.
Existem poucos registros, referências e discussões sobre o aparecimento da doença, o que torna difícil uma abordagem mais precisa sobre o tema.
Na Alexandria, 300 anos antes de Cristo, o mais famoso centro de estudos de medicina da Antiguidade, já se estudava a chamada Elephantíasis que, por muito tempo, foi confundida com a Hanseníase e tratada como tal (Koelbing, 1972).
As primeiras referências confirmadas, no entanto, apenas descrições da doença, foram encontradas na Índia e no Egito, datadas do século sete a.C. (Frohn, 1933).
Sabe-se ainda que, na época em que Cristo viveu, conforme citação bíblica havia casos de Hanseníase.
No Antigo Testamento, em Levítico, capítulo 13, encontra-se toda uma orientação sobre a doença, seus sinais para identificação e cuidados em relação aos doentes, mas, dificilmente se pode comprovar que realmente se tratava de Hanseníase.
Os medievais acreditavam na existência de seres misteriosos que habitavam os céus e que provocavam as tempestades, a loucura e as doenças.
Portanto, convinha tratar com prudência os que eram responsáveis por sua saúde ou doença, prosperidade ou miséria.
Muitos santos, que também habitavam os céus, eram invocados a proteger as pessoas das diversas doenças que por sua vez, recebiam nomes de santos.
Assim, a Peste Bubônica recebeu o nome de mal de São Roque ou de São Sebastião; a Gangrena era chamada de fogo de Santo Antônio e a Hanseníase de mal de São Lázaro. Lázaro, no Novo Testamento, em Lucas 16,19-31, tem suas lesões hansênicas sendo lambidas pelos cães, se contentando com as migalhas que caíam da mesa do rico.
Quando morre, vai para o seio de Abraão, enquanto que o rico vai para o inferno.
Daí provavelmente tenha surgido o nome de Lazareto para as pequenas construções
feitas para estes doentes nesta época. Os hansenianos, por exemplo, eram colocados à distância das cidades, nos leprosários, porém a uma distância suficiente para que pudessem ser controlados.
A doença no Brasil
Nos três primeiros séculos decorridos depois do descobrimento, os conhecimentos sobre a ciência médica no Brasil nada mais eram do que noções, ideias e preceitos adquiridos empiricamente pela observação imediata dos casos e, algumas vezes, por informações recebidas de visitantes de outros países.
De Portugal raramente eram enviados profissionais médicos para aqui se estabelecerem. Quando vinham, ficavam sempre por um curto espaço de tempo.
Isto se devia às precárias condições culturais, ao ambiente considerado hostil e ao um baixo nível econômico em que se encontrava o país no período colonial. Mesmo assim, algumas patologias foram registradas, e, para se ter uma ideia da situação de saúde do país neste período, podem-se citar as enfermidades que mais acometiam os habitantes: o bócio endêmico, parasitoses e dermatoses de várias etiologias, infecções intestinais, a varíola, o sarampo, a escarlatina, a tuberculose, a lepra, as doenças venéreas, e outras infecções, conforme citavam Santos Filho (1960), Schmitt (1990) e Costa (1985
A preocupação para com estas enfermidades começou a se evidenciar quando as autoridades governamentais incluíram no seu programa de colonização, a construção de hospitais, lazaretos, dispensários e asilos para recolher pobres ou doentes, a pedido, principalmente, de religiosos.
A partir de então, edificaram-se as Santas Casas de Misericórdia, a exemplo das que existiam em Portugal (Paixão, 1979; Santos Filho, 1960).