Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre
os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.
Animal associado à divindade Lissa da cultura Ewe-Fon do
Benin, representa o Oeste, o Sol e o firmamento, assim como também a luz e as
águas ali contidas.
Simbolizado por um camaleão que traz o globo dourado do Sol
na boca, Lissa ou Segbo-Lisa, ao lado de Mawu, é o vodun da Criação pai e
ancestral de todos os demais voduns.
Na tradição desse povo ele fica em segundo plano em relação
à Mawu, na criação.
Chamaeleo Senegalensis é um réptil encontrado na África e
Ásia.
Esse animal vive nas árvores e possui uma cauda preênsil e
patas com dedos opostos, bons para se segurar-se nos galhos, famoso por sua
habilidade de mudar de cor, capturar insetos com a língua e mover os olhos
independentemente.
Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre
os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.
Os animais selvagens e suas partes constituem os
ingredientes essenciais na preparação de remédios na medicina tradicional.
Apesar de serem utilizados amplamente para tratar uma
variedade de doenças, muitos desses produtos retirados da vida selvagem são
usados nas cerimônias, práticas religiosas e nos fetiches.
De fato, a medicina baseada no uso de animais sempre
desempenhou um papel importante nas práticas de cura, rituais mágicos e nas
sociedades religiosas por toda parte.
Todas as civilizações com sistemas medicinais bem
estruturados utilizaram animais como remédios.
Estima-se que dos 252 elementos químicos essenciais
selecionados pela Organização Mundial de Saúde, 8.7% são de origem animal.
A África vangloria-se de possuir uma longa tradição no uso
de plantas e animais para propósitos medicinais.
As curas tradicionais existem bem antes do advento da
medicina ortodoxa mais moderna, e as pessoas dependeram amplamente dela como a
única fonte de saúde e bem estar.
Ela continua sendo praticada hoje em dia na Nigéria e
convive lado a lado com a medicina contemporânea, onde os tradicionais
curandeiros atuam e continuam fazendo suas descobertas para curar as principais
doenças nessa sociedade.
Essas descobertas fundamentam-se nos esforços consistentes
dos curandeiros para erradicar as doenças perigosas que tem assolado a
sociedade nos tempos recentes e que muitas vezes parecem incuráveis pela
medicina ortodoxa.
Na África a confiança na medicina tradicional deve-se em
parte a ao fato que é frequentemente encarada por seus métodos mais apropriados
de tratamento.
Não apenas isso, mas também o fato de que o numero de
curandeiros é bem maior do que de médicos na maioria das regiões africanas.
Portanto a disponibilidade da medicina tradicional
ultrapassa a da ortodoxa.
O frequente dilema na questão da fauna é a constante demanda
de partes animais para o uso em produtos medicinais.
A maioria dos animais vendidos para o uso em preparações
medicinais são coletados da natureza.
A contínua exploração da vida selvagem não só representa um
desafio para a conservação da fauna, como também uma séria ameaça para a
situação da saúde da população humana.
Esse estudo demonstrou que essas formas de cura ainda tem
ampla aceitação entre os iorubas da Nigéria.
As espécies animais são frequentemente usadas conjuntamente
com outras espécies da fauna e da flora.
O uso de outras espécies pode ser resultante da soma de
efeitos advindos dos demais componentes e observados pela experiência acumulada
durante gerações pelas tentativas e erros.
Descobriu-se que a escolha das espécies animais nessas
preparações é guiada por vários fatores:
O reconhecimento do ingrediente bio-ativo das partes do
animal.
Algumas tendências comportamentais ecológicas associadas naturalmente
ao animal e a parte em questão.
Alguns conceitos mitológicos que envolvem o animal.
Uma gama de ingredientes da fauna e da flora que
frequentemente possuem algum complemento ao da espécie usada no tratamento.
Essas descobertas corroboram para a sugestão de que a
escolha de uma animal para um propósito em particular é provavelmente baseado
na singular co-evolução entre os sistemas sociais e entre os sistemas sociais e
ecológicos.
Oga - Chamaeleo Senegalensis
O camaleão é uma espécie ameaçada de extinção utilizado em
preparações medicinais.
Todas as partes desse réptil são empregadas como amuleto de
proteção contra o mal e manipulação.
Fonte:
Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre
os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.
Publicado no African Journal of Agricultural Research Vol.
3, pp. 421-427, Junho de 2008
Soewu, Durojaye A
Department of Plant Science and Applied Zoology, Faculty of
Science Olabisi Onabanjo University, P. M. B 2002, Ago-Iwoye, Ogun-State,
Nigeria.
Etnozoologia: Ramo da Zoologia que estuda o papel
tradicional de certos animais na vida e folclore de determinada raça ou povo.