Os animais selvagens e suas partes
constituem os ingredientes essenciais na preparação de remédios na medicina
tradicional.
Apesar de serem utilizados amplamente
para tratar uma variedade de doenças, muitos desses produtos retirados da vida
selvagem são usados nas cerimônias, práticas religiosas e nos fetiches.
De fato, a medicina baseada no uso de
animais sempre desempenhou um papel importante nas práticas de cura, rituais
mágicos e nas sociedades religiosas por toda parte.
Todas as civilizações com sistemas
medicinais bem estruturados utilizaram animais como remédios.
Estima-se que dos 252 elementos
químicos essenciais selecionados pela Organização Mundial de Saúde, 8.7% são de
origem animal.
A África vangloria-se de possuir uma
longa tradição no uso de plantas e animais para propósitos medicinais.
As curas tradicionais existem bem antes
do advento da medicina ortodoxa mais moderna, e as pessoas dependeram
amplamente dela como a única fonte de saúde e bem estar.
Ela continua sendo praticada hoje em
dia na Nigéria e convive lado a lado com a medicina contemporânea, onde os
tradicionais curandeiros atuam e continuam fazendo suas descobertas para curar
as principais doenças nessa sociedade.
Essas descobertas fundamentam-se nos
esforços consistentes dos curandeiros para erradicar as doenças perigosas que
tem assolado a sociedade nos tempos recentes e que muitas vezes parecem
incuráveis pela medicina ortodoxa.
Na África a confiança na medicina
tradicional deve-se em parte a ao fato que é frequentemente encarada por seus
métodos mais apropriados de tratamento.
Não apenas isso, mas também o fato de
que o numero de curandeiros é bem maior do que de médicos na maioria das
regiões africanas.
Portanto a disponibilidade da medicina
tradicional ultrapassa a da ortodoxa.
O frequente dilema na questão da fauna
é a constante demanda de partes animais para o uso em produtos medicinais.
A maioria dos animais vendidos para o
uso em preparações medicinais são coletados da natureza.
A contínua exploração da vida selvagem
não só representa um desafio para a conservação da fauna, como também uma séria
ameaça para a situação da saúde da população humana.
Esse estudo demonstrou que essas formas
de cura ainda tem ampla aceitação entre os iorubas da Nigéria.
As espécies animais são frequentemente
usadas conjuntamente com outras espécies da fauna e da flora.
O uso de outras espécies pode ser resultante
da soma de efeitos advindos dos demais componentes e observados pela
experiência acumulada durante gerações pelas tentativas e erros.
Descobriu-se que a escolha das espécies
animais nessas preparações é guiada por vários fatores:
O reconhecimento do ingrediente
bio-ativo das partes do animal.
Algumas tendências comportamentais ecológicas
associadas naturalmente ao animal e a parte em questão.
Alguns conceitos mitológicos que
envolvem o animal.
Uma gama de ingredientes da fauna e da
flora que frequentemente possuem algum complemento ao da espécie usada no
tratamento.
Essas descobertas corroboram para a
sugestão de que a escolha de uma animal para um propósito em particular é
provavelmente baseado na singular co-evolução entre os sistemas sociais e ecológicos.
Espécies anfíbias.
Sapo -Bufo regularis -Opolo
Rã -Rana temporária Konko
Fonte:
Animais selvagens usados nas praticas
etno-zoologicas entre os iorubas, e as implicações na conservação da
biodiversidade.
Publicado no African Journal of
Agricultural Research Vol. 3, pp. 421-427, Junho de 2008
Soewu, Durojaye A
Department of Plant Science and Applied
Zoology, Faculty of Science Olabisi Onabanjo University, P. M. B 2002, Ago-
Iwoye, Ogun-State, Nigeria.
Etnozoologia: Ramo da Zoologia que
estuda o papel tradicional de certos animais na vida e folclore de determinada
raça ou povo.