Arte Têxtil Africana
Adinkra é a única estamparia em tecido remanescente do período
pré-colonial.
É um dos prestigiosos artesanatos reais produzido nos
vilarejos em torno da capital Axante, Kumasi, e praticamente confinada na
aldeia de Ntonso do distrito Kumasi de Asokwa.
De acordo com um relato Axante, essa técnica foi introduzida
em 1818, apos a captura de um monarca rival chamado Adinkra, que usou essa
roupa para expressar sua dor ao ser apreendido pelos Kumasi.
Essa técnica consiste na estamparia de padrões feitas de uma
tintura preta obtida da casca de certas árvores e utilizando-se carimbos feitos
com entalhes na abóbora.
Os exemplos mais antigos de estampados, que estão em museus,
ainda são feitos com a tecelagem local, mas a maioria dos tecidos atuais usa
tecidos importados para estampar.
O tecido cru é esticado sobre um piso aplainado.
O artesão começa marcando o pano com um quadriculado de
linhas traçadas com o auxilio de um pente comprido.
Terminada esta etapa ele preenche cada quadrado carimbando
com tinta e pressionando levemente sobre o tecido.
Algumas vezes repetem-se os padrões de carimbo num
quadradinho, mas normalmente usam-se motivos distintos. Nos tecidos antigos, os
pedaços são unidos por costuras coloridas.
Os provérbios tem um papel importante na cultura Axante,
pois simbolizam sabedoria e cultura.
Como na maioria das manifestações artísticas do povo Axante,
grande parte dos padrões de estamparia são denominados de acordo com os provérbios,
enquanto alguns têm referências naturalísticas nos nomes.
As cores dos tecidos comunicam o proposito de uso. A cor
vermelha, marrom e preta, está associada aos funerais e períodos de luto,
enquanto os tecidos claros e brancos celebram o fim do luto e ocasiões
festivas.
Atualmente os tecidos adquiriram um sentido mais amplo, pois
se referenciam no seu conteúdo artístico.