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quinta-feira, 15 de março de 2012

Os estampados Adinkra dos povos Axantes de Gana


Arte Têxtil Africana

Adinkra é a única estamparia em tecido remanescente do período pré-colonial.
É um dos prestigiosos artesanatos reais produzido nos vilarejos em torno da capital Axante, Kumasi, e praticamente confinada na aldeia de Ntonso do distrito Kumasi de Asokwa.
De acordo com um relato Axante, essa técnica foi introduzida em 1818, apos a captura de um monarca rival chamado Adinkra, que usou essa roupa para expressar sua dor ao ser apreendido pelos Kumasi.
Essa técnica consiste na estamparia de padrões feitas de uma tintura preta obtida da casca de certas árvores e utilizando-se carimbos feitos com entalhes na abóbora.
Os exemplos mais antigos de estampados, que estão em museus, ainda são feitos com a tecelagem local, mas a maioria dos tecidos atuais usa tecidos importados para estampar.
O tecido cru é esticado sobre um piso aplainado.
O artesão começa marcando o pano com um quadriculado de linhas traçadas com o auxilio de um pente comprido.
Terminada esta etapa ele preenche cada quadrado carimbando com tinta e pressionando levemente sobre o tecido.
Algumas vezes repetem-se os padrões de carimbo num quadradinho, mas normalmente usam-se motivos distintos. Nos tecidos antigos, os pedaços são unidos por costuras coloridas.
Os provérbios tem um papel importante na cultura Axante, pois simbolizam sabedoria e cultura.
Como na maioria das manifestações artísticas do povo Axante, grande parte dos padrões de estamparia são denominados de acordo com os provérbios, enquanto alguns têm referências naturalísticas nos nomes.
As cores dos tecidos comunicam o proposito de uso. A cor vermelha, marrom e preta, está associada aos funerais e períodos de luto, enquanto os tecidos claros e brancos celebram o fim do luto e ocasiões festivas.
Atualmente os tecidos adquiriram um sentido mais amplo, pois se referenciam no seu conteúdo artístico.