O fotógrafo Hans Silvester registrou imagens de membros de
duas tribos africanas que têm um gosto em comum: a pintura corporal e o uso de
adereços extravagantes encontrados na natureza.
Silvester viajou várias vezes pela região do vale do Omo em
outros trabalhos e ficou fascinado pelo modo como os representantes das tribos
Mursi e Surma se decoravam.
Para os Surmaris e Mursis, uma folha, um fruto, raízes e
plantas são facilmente transformados em adereços naturais e, depois,
enaltecidos pela pintura corporal.
Os pigmentos usados nas pinturas também são encontrados na
natureza, como pedras em pó, barro, frutos vermelhos e plantas.
O fotógrafo Hans Silvester ficou fascinado pela beleza das
tribos Surma e Mursi, que têm um gosto comum pela pintura corporal e se enfeitam
com adereços encontrados na natureza.
O vale do Omo, berço da espécie humana, é uma região do
tamanho da Bélgica nas fronteiras entre a Etiópia, o Quênia e o Sudão.
Intocados pela colonização e pelos missionários, distante dos poderes de
Cartum, Adis Abeba ou Nairóbi, ainda não afetados pela AIDS, os povos que
habitam a região são pastores de gado zebu e caçadores ainda selvagens.
O gado fornece o essencial de que necessitam para viver,
sangue, carne e leite. O dote de um casamento é de 20 a 30 cabeças de gado. Uma
Kalashnikov vale 8. O vale é habitado pelas tribos dos Hammer, Mursi, Karo,
Surma, Bume, Galeba e Dasanech.
Todos os homens se ocupam do pastoreio e da guerra.
As mulheres ao cultivo do sorgo e do milho.
Os corpos nus são todos pintados de ocre vermelho e amarelo,
extraído de rochas vulcânicas, e cal branca.
Nas palavras de Hans Silvester: os homens e mulheres usam os
corpos como um espaço de expressão artística.
É com imenso prazer que eles pintam o rosto e o corpo, em
uma busca permanente de beleza. Viver com estes seres tão diferentes de nós me
fez refletir muito sobre as conquistas da nossa civilização.
As fotos são fantásticas, coloridas, provocantes, ternas ou
audaciosas. Simplesmente genial. O livro saiu a 5 de outubro, Éditions de la
Martinière.
Estranhas essas fotos de mulheres africanas de tribos
distantes, enfiadas em grotões no meio Quênia, Etiópia e Sudão. Nessas tribos
os ritos sociais são bem diferentes e as noções de beleza podem chocar pessoas
acostumadas ao universo urbano globalizado da moda.
As africanas destas fotos são parte de um livro chamado:
Natural Fashion: Tribal Decoration from Africa by Hans Silvester, published by
Thames and Hudson, feitos com fotografias de Hans Silvester.
Pode parecer estranho, mas elas estão decoradas com o que
por lá é considerado o supra-sumo da beleza.