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segunda-feira, 23 de abril de 2012

Dadá e Bayani - Aspectos de Chango


Santeria cubana

Dadá é o deus das crianças que não chegaram a nascer.
É um dos orichas relacionados com o desenvolvimento e cuidados com o embrião humano.
Os cubanos acreditam que as crianças nascidas com tufos de cabelo à semelhança de uma coroa, são filhos de Dadá.
Os Lucumis consideram Dadá como sendo a irmã mais velha de Xangô, aquela que o criou.
Pelo fato desses orichas estarem fortemente ligados a Chango, os filhos de Dadá e Bayaní, são iniciados através dele.
São muito poucas as pessoas que tem Dadá como oricha tutelar.
Na era pré-revolucionária de Cuba, não ha relato de muitas iniciações para esse oricha.
Dadá e Bayani são consagrados juntos nos orôs.
Os símbolos de Dadá ficam em um recipiente coberto pela cabaça-coroa enfeitada com contas e buzios que representam Bayaní.
Diz-se que Dadá nutre os filhos consagrados a Chango.
E que Bayani propicia razão e juízo, bem como estabilidade espiritual e física.
Dadá é um oricha enigmático.
Na maioria dos mitos Lucumis, Bayani é descrita como a irmã mais velha de Chango.
Contudo, no ritual, e especialmente no Xirê (a ordem de louvores e cantigas), Dadá é agrupado aos orichas masculinos.
Entre os instrumentos de Dadá, destaca-se o edún ar, a pedra-de-raio, predominantemente ligado aos orichas masculinos.

Dadá Ajaká

Dadá Ajaká filho mais velho de Oranian, irmão consanguíneo de Xangô, reinava então em Oyó.
Ele amava as crianças, a beleza, e as artes.
De caráter calmo e pacífico, não tinha a energia que se exigia de um verdadeiro chefe dessa época.
Dadá é o nome dado pelos iorubas às crianças cujos cabelos crescem em tufos que se frisam separadamente.
Xangô o destronou e Dadá Ajaká exilou-se em Igboho (Nigéria), durante os sete anos de reinado de seu meio-irmão. Teve que se contentar, então, em usar uma coroa feita de búzios, chamada adé baáyàni (pronuncia-se Adê Baiani), ou "Coroa de Dadá".
No Terreiro do Gantois na Bahia é reverenciado e cultuado como Baiani, onde se realiza uma festa anual.
Depois que Xangô deixou Oyó, Dadá Ajaká voltou a reinar.
Em contraste com a primeira vez, ele mostrou-se agora valente e guerreiro, voltou-se contra os parentes da família materna de Xangô, atacando os Tapas.

Sucessão do trono de Oyó

Ajaká foi o segundo Aláàfin de Oyó, conhecido como Oba Ajaká.
Ele era o meio irmão de Xangô.
Foi um rei muito pacifico quase apático e que não governava a contento de seu povo.
Xangô crescera nas terras dos Tapas (Nupe), local de origem de Torosí, sua mãe.
Mais tarde, estabeleceu em Oyó, com seus seguidores.
Viveu num local chamado Kòso, recebendo o titulo de Oba Kòso.
Percebendo a fraqueza de seu irmão destronou Ajaká, tornando-se o terceiro Aláàfin de Oyó.
Ajaká, conhecido também por Dadá, saiu de Oyó exilado, para reinar numa cidade menor, Igboho, vizinha de Oyó.
Por ter sido deposto, não podia mais usar a coroa real de Oyó, passando a usar outra coroa (ade), que escondesse seus olhos envergonhados.
Ele jurou tira-la apenas quando pudesse usar novamente o trono que lhe foi roubado.
Esta coroa que Dadá Ajaká passou a usar é rodeada por vários fios ornados de búzios em lugar das contas preciosas do Ade Real de Oyó, sendo conhecida por Ade Bayánni.
Dadá Ajaká casou-se, tendo um filho que foi chamado Aganju, o sobrinho de Xangô.
Xangô reinou em Oyó, durante sete anos com intenso remorso das inúmeras atrocidades cometidas que acometeu contra o seu povo.
Devido a sua impopularidade, ele abandonou o trono de Oyó refugiando-se na terra natal de sua mãe, no pais Tapa.
Após um tempo, suicidou-se, enforcando-se numa árvore chamada de àyòn (àyàn) na cidade de Kòso.
Após a sua morte, Dadá Ajaká retornou à Oyó reassumindo o trono.
Conforme planejara, retirou o Ade Bayánni, passando a usar o Ade Aláàfin.
Dadá tornou-se o quarto Aláàfin de Oyó.
Após sua morte, seu filho Aganju assumiu o trono.
Aganju era o neto de Òrànmíyàn e sobrinho de Xangô, a tornar-se o quinto Aláàfin de Oyó.

Baiani

Conhecido como Bayanni, Ibañálé, Abañálé em Cuba, onde é sincretizado com Nossa Senhora do Rosário.
Bayanni ou Dada, filho de Òrànmíyàn é o irmão mais velho de Xangô e Xapanã.
Tornou-se Alaafin de Oyó.
Pacífico foi um rei fraco que quase não reinou.
Em Cuba, Bayaní é cultuado como um oricha feminino, a conselheira pacifista de Xangô, companheira que o ajudou a governar com a cabeça no lugar.
Por isso é considerada a coroa de Chango.
A coroa desse oricha costuma ser enfeitada com diversas tiras de búzios que pendem de uma cabaça,
Na Santeria cubana, a cabaça é enfeitada com doze tranças feitas de contas e búzios.
No Brasil esse orixá é chamado de Bayanni, Baiani, Banni Baiani, onde é simbolizado por uma coroa de búzios chamada de Ade Bayanni ou Adê de Banni.
É cultuado no Terreiro do Gantois, onde é festejado anualmente num evento muito concorrido, pelo fato de ser a única casa de candomblé que cultua este Orixá.