Tradição religiosa do povo Fon
Heviossô, Hebiosso, Xêvioso ou Xêbioso
Os seus símbolos são o raio, o carneiro cuspindo fogo, e a
cor vermelha.
Seus emblemas são o Sô-kpé, a pedra de raio e o Sossiovi ,
machado de lâmina que se abre em arco e sai da boca de um carneiro.
A ideia é de representar o carneiro cuspindo fogo.
Ele é um Ji-vodun, ou vodun do céu, e manifesta-se na forma
do trovão e do raio.
Na mitologia daomeana, Heviosso é o próprio deus do trovão.
Além disso, é considerado um vodun de justiça que castiga
ladrões, mentirosos, criminosos, malfeitores, feiticeiros e pessoas que
praticaram alguma injustiça.
Heviossô tem vários filhos, entre os quais Sogbo, Aklonbé e
Avlékété.
É o segundo filho de Mawu e Lissa e gêmeo de Gu.
O culto de Heviossô é originário do território Hwedá, a
mesma região de onde veio o culto de Dangbê.
Chefia a o panteão de Sogbo, nome oriundo de Sô, região onde
é cultuado.
No Daomé, seu nome corresponde a todas as divindades do
trovão.
A origem de seu nome vem de Sô, divindade do trovão e Hevie,
um pequeno vilarejo ao sul do Daomé, onde estão situados os principais altares
para o culto dos deuses do trovão.
Com o tempo seu culto foi incorporando outras divindades do
trovão locais, como Gbamé-Sô, do território Mahi ou Gbadé e Djakuta, de origem ioruba.
Além de outras, que foram identificadas como filhos de
Heviossô.
Ritual
Os iniciados de Heviossô trazem na fronte uma marca feita
durante a iniciação com escarificações e tatuagem feita com cinzas de certas
substâncias e pelo uso de uma gargantilha feita de algodão torcido (hunkan).
Em algumas regiões, seus iniciados ainda usam um colar de
contas vermelhas de doze fios (hunjevé).
Na cultura Fon tradicional, quando morre uma pessoa punida por
Heviossô (queimada em incêndio ou fulminada por um raio), seu cadáver não é
enterrado imediatamente.
O corpo é exposto em um cavalete diante do hunkpame de
Heviossô com dinheiro e presentes, e um sacerdote sai e "come"
simbolicamente o cadáver, tocando-o repetidamente com a mão direita e levando-a
a boca.
Depois recolhe o dinheiro e os presentes e asperge o cadáver
com substâncias simbolicamente "calmantes".
Só então a família pode levar o cadáver para o funeral.
O processo pode demorar vários dias, ao longo dos quais a
família pode acrescentar mais presentes para o templo.