Os povos Anlo-Ewes vivem atualmente no canto sudoeste da
Republica de Gana.
Eles se estabeleceram nesse local por volta de 1474, saindo
de sua terra natal Oyó.
Ao chegarem a Notsie foram bem recebidos pelo rei Adela
Atogble
Após a morte desse rei, seu sucessor, Ago Akoli, tratou-os
de maneira opressiva.
Mandou exterminar todos os anciãos, para acabar com a
memória e a tradição oral dos Ewes.
Restou apenas um deles para contar a historia.
A cidade de Notsie era circundada por uma grande muralha de
defesa que se tornou uma barreira para o escape dos Ewes.
O plano para o escape veio de Tegli, um ancião, que havia
sido poupado e vivia escondido.
Ele pediu para as mulheres estenderem a roupa lavada, bem
encharcada, para secar sobre as paredes de taipa da muralha, para amolecer o
barro.
Quando a taipa estava bem fraca, os Ewes reunidos
conseguiram fazer buracos para escapar.
Na sua fuga antaram para seus deuses a “Espada da Libertação”:
O Mawuga Kitkata, wuwo na mi ne miadogo, azo adzo.
Oh grande Kitikana, abra a porta para podermos passar.
Essa fuga é comemorada até hoje num festival anual conhecido
com Hogbetsotso Zã.
Eles se estabeleceram nesse na região costeira por volta de
1474.
As suas maiores cidades eram Keta e Anloga.
Os outros assentamentos eram Denu, Aflao, Dzelukope, Kedzi,
Dzita e Tegbi, a maioria dos quais está associada ao trafico de escravos.
Os nomes dessas cidades eram alusivos à natureza e à beleza
dos lugares que eles queriam chamar de lar
Keta significa a cabeça do deserto, Denu, a entrada das
palmeiras, etc.
Devido aos inúmeros ataques causados pelos traficantes de
escravos europeus, cuja frota ficava próxima de seus vilarejos.
Isso não lhes garantia nenhuma proteção contra os navios
negreiros.
Portanto migraram para a região lacustre (Lagoa salgada de
Keta) onde as águas rasas não permitiam que os navios tivessem acesso.
Para adaptar-se ao novo entorno construíram canoas para
pescar e ter acesso ao interior aonde cultivavam terras.
Na região do Volta os Ewes dividiram-se em pequenas tribos e
reinos autônomos.
Os Anlos fazem parte desses grupos, formando 36 cidades ao
redor da lagoa Keta.
Os Adangmes, moradores de Anlo, e os Ga, de Glidji, falavam
línguas que eram muito próximas entre si.
Ao longo do tempo, estes imigrantes foram assimilados linguisticamente
pelas populações de língua gbe dos locais onde se estabeleceram.
Os Adangmes de Anlo adotaram a língua local, o Ewe.