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terça-feira, 8 de maio de 2012

Cavalheiros

África Negra Pré Colonial
Organização Militar

Ao mencionarmos  anteriormente  o numero de homens nos exércitos de Gana e Songhai, mostramos apenas o tamanho das forças imperiais. Faz-se necessário analisar a estrutura desses exércitos, seus componentes, armas, estratégias, e ainda suas táticas.

Cavalheiros

Os príncipes da África negra podiam permitir-se trajar parcial ou completamente de armaduras parecidas com aquelas dos cavalheiros da idade média. Após sua ascensão como Askia El Hadj em 1584, o kormina-fari El Hadj começou uma revolta com a intenção de agarrar o poder. Mas ele não foi bem sucedido: o Askia, que havia sido bem informado, o fez despir o seu bubu (vestimenta) esvoaçante sob o qual usava uma cota de malha (couraça). Quando balama Mohammed es-Sadek revoltou-se contra o Askia Mohammed Bano e em 1588 tentou marchar ate kaoga, o Askia, que veio desafiá-lo em batalha, usou uma armadura de ferro sobre o peito. Devido ao calor intenso e a estatura corpulenta do rei, ele tirou a armadura e morreu em combate.
Os balamas rebelados usaram um capacete de ferro. Quando Omar-Kato, atirou um Javelin (lança) contra uma cabeça, a lança ricocheteou para fora do capacete.
Mulay Ahmed, outro sultão do Marrocos, reivindicou novamente as minas de Teghezza feita por um de seu predecessor, provocando uma reação violenta do Askia Ishâq II. Num sinal de desafio e demonstração de força, enviou-lhe uma carta ofensiva, algumas lanças (javelins) e duas botas de ferro.
A armadura completa dos cavalheiros estava então em uso, como pudemos verificar: a cota de malha e o peitoral de ferro, capacete, boras, lanças e tudo o mais. Os príncipes africanos de Songhai estavam armados como cavalheiros. Essa prática não era evidentemente tão disseminada como na Europa, não apenas devido ao clima, como no caso do Askia bano, que morreu sufocado. O explorador Barth viu esses cavalheiros no reino de Bornu em tempos mais recentes, por volta de 1850. É provável que essas armaduras viessem da Europa, bem como alguns tecidos; mas não existem documentos para prová-lo. Elas devem ter chegado à África através da Espanha. Podemos pressupor que os ferreiros africanos fizessem réplicas desses modelos, melhor adaptáveis ao clima, podendo ser usadas por dentro ou por fora das roupas. O uso da armadura de ferro foi comum no Benim; os súditos foram retratados nas placas de bronze que enfeitavam o palácio, usando armaduras.

O livro e o autor - Veja no link abaixo: