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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Um Rio Chamado Atlântico



TÍTULO: Um Rio Chamado Atlântico - A África no Brasil e o Brasil na África.
AUTORES: Alberto da Costa e Silva
EDITORA: UFRJ
287 páginas


O livro reúne 20 ensaios sobre as relações históricas entre o Brasil e a África Atlântica. O autor desmitifica e ao mesmo tempo aprofunda a questão da vinda dos negros para o Brasil, mostrando, tanto no plano político quanto no cultural, as relações entre os dois países desde o século XVI até o século XIX. Mostra como o Brasil e África eram um mundo só. O que se passava de um lado influenciava o outro.
Na margem de lá -- aspectos da arquitetura brasileira na África, história dos 19 escravos brasileiros que retornaram para África e formaram comunidades próprias. Influência do Brasil na África.
Na margem de cá -- como era ser africano no Brasil. Tanto os escravos, como os negros que viveram aqui, livres. Haviam notáveis africanos que vinham para cá estudar no Brasil, não eram discriminados pois tinham dinheiro e andavam calçados. Eles próprios vinham para cá com cinco ou seis escravos, que iam vendendo a medida que precisavam de dinheiro. Muitos chefes africanos viviam no Brasil como exilados políticos.
O livro traz outra grande curiosidade, que é a importância e a presença expressiva de escravos muçulmanos no Brasil. Havia uma livreiro francês que lhes vendia o Alcorão e pequenas escolas corânicas no Brasil freqüentadas por esses escravos. Esses muçulmanos se concentraram sobretudo na Bahia e no RJ.
Havia também intercâmbio de famílias que comercializavam de um lado para o outro.
É impossível entender a escravidão sem o conhecimento da história da África. Os africanos foram trazidos em decorrência de processos políticos. E muitos desses estudos do livro foram trabalhos apresentados pelo autor em colóquios de história da África nos EUA, Europa, alguns publicados em inglês. Nada é inédito, mas tudo é provocador diz o embaixador.


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