Seguidores

sábado, 11 de dezembro de 2010

Gbere , Aberê , Pintura Corporal , Efun


Cura

Pequeno corte ritual, feito no alto da cabeça da inicianda (o) , no Candomblé, para a entrada do orixá.
São também feitos vários cortes em varios pontos do corpo, braços , pés.
A palavra cura vem do iorrubá Kù ( permanecer) ; Rá (introduzir-se).
Ou de kúrú ( curto) .
etc.

fonte:
Dicionário de cultos Afro. Brasileiros
Olga Gudolle Cacciatore


Efun

Cerimonia ritual que consiste em pintar a cabeça raspada e o corpo da inicianda , com circulos ou pontos , ou ambos e traços tribais ( nas faces ) , feitos com giz, durante a iniciação.
Na primeira saida da camarinha, para Oxalá, a pintura é toda branca. Na segunda é da côr do orixá " dono da cabeça".
Para essa pintura usa-se giz dissolvido em água, com um pouco de goma arábica. Depois da dança a pintura é removida com um banho de ervas sagradas.
Efun no iorubá é cal, giz.
No culto de Obatalá ( Oxalá) , na África este é representado por bolos redondos de giz - sésé - efun ( xexé efun ) , bem como outros objetos brancos.
Efun também é cal. Cal é " lime " em inglês , que também é limo.
Cremos vir daí a confusão com " limo" da Costa para representar Oxalá, segundo alguns, quando na verdade é cal ou giz ( variedade de cal) material para o "assentamento" desse orixá , pelas tradições africanas.

fonte:
Dicionário de cultos Afro. Brasileiros
Olga Gudolle Cacciatore


Ogum Oloola

Ogun Oloola é adorado pelos sacerdotes que circumcidam.A circuncisão é parte de alguns ritos masculinos de passagem. Ogum Oloola também come o Igbin.
De acordo com as crenças iorubanas, a mente e o corpo estão unidos.
As linhas da pele são primordiais , e segundo essa filosofia, os homens desenvolveram a arte de marca-la com incisões.
O uso de artefatos de ferro para escarificar a pele implica na presença de Ogum , nesses rituais, que identificam uma pessoa no seu tempo e espaço, comunicando outros significados biograficos sobre ela.
Cicatrizes identificam , protegem e delegam uma forte identidade dentro do contexto divino.
Oloola imprime em um indivíduo as marcas temporais, espirituais e espaciais...e...trazem expressão para os concitos iorubanos do ser (self ).como parte de um sistema de envolvimento cultural e cosmologico. ( Drewal em Barnes 255)
As marcas oloolas devem exibir o controle artistico do ser para " igualar os melhores atributos do seu Deus...para alçançar sucesso" ( Drewal em Barnes 256)
Assim como aqueles que recitam mitos na oralidade , as marcas oloolas imprimem e complementam a a história de Ogum nos corpos e mentes dos Iorubanos.

fonte:
Scarring For Soul
by Josh Bertetta
minha tradução


As tres linhas verticais situadas no rostos e algumas vezes na testa chamam se " pele".
Elas são muito difundidas ente os as comunidades de Oyo, Egba , Egbado Ketu e em varias outras situadas no sudoeste da iorubalanândia , que consideram-nas como uma preciosidade da face.Portanto aqueles que carregam essa marcasão chamados de "peleyju ( "Pele " adorna a face ).
Chamadas de abaja, essas tres linhas horizontais adornam ambas as faces do rosto.

fonte:
A FANTASTIC reference book on the Gelede masks!
Rand African Art
home page
African maternity figures
minha tradução


O filho-de-santo, principalmente na fase iniciática da feitura, tem sua personalidade anulada, e aprende a expressar-se como criança — o estado de erê ou transe de erê, transe infantilizado. Na feitura, e depois em certas etapas da iniciação, o filho-de-santo recebe incisões na pele, cortes a navalha, denominadas curas ou aberês, que reproduzem antigas marcas rituais das nações, que muitos escravos nagôs traziam nas faces. Os cortes são feitos no alto da cabeça; nos braços, na parte externa logo abaixo do ombro; nas omoplatas; no peito, de cada lado e abaixo da clavícula; nos pulsos; nos tornozelos; na nuca e debaixo da língua. Os cortes são fechados com pós rituais. O corpo está fechado. O corpo está, assim, protegido do mal que vem do mundo, mal que, em geral, é o malfeito, a manipulação mágica (a intervenção tópica da religião no mundo, contra um inimigo), nunca o pecado.

fonte:
Os Candomblés em São Paulo
Reginaldo Prandi
Da escarificação como meio de identificação étnica e cura


A Tradição dos Orisá utiliza também uma técnica milenar de escarificação, chama Gbere ou Cura. Estas perfurações da pele, que envolvem ou não a introdução de material mágico e sagrado no corpo, são vistas como forma de conter o Aje, "fechando" o corpo do crente, ou utilizada como meio curativo ou energético. Em alguns casos, também estético e de distinção tribal ou étnica.
Podemos estabelecer um paralelo entre os Gbere e meios semelhantes, utilizados por vários povos, de perfurar a pele em pontos determinados, para estimular ou direcionar a energia vital e dar ao próprio organismo a possibilidade de se curar.
Vários povos antigos têm este hábito, principalmente as civilizações milenares, os africanos negros em geral, os Dogon, os Efon, os Bantu, os Yorùbá, os Mahi, os Ashanti, os Fulani, os Ibo, e também os Chineses, Malaios, Japoneses. Encontramos também nos indígenas brasileiros e nos sul e centro americanos em geral o uso sistemático da escarificação, sempre ligada à religião e/ou à cura.
Gbere são pequenos cortes feitos com instrumento bem afiado (navalha, gilete, , dentes de animais ou peixes, concha, , espinhos, pedra, vidro etc), em vários pontos do corpo, membros, cabeça, rosto.
Em área da "Yorubaland", como a Nigéria e o Benin, usam-se também cicatrizes sagradas e marcas tribais, no rosto, podendo-se verificar num relance de olhos qual a origem étnica do indivíduo.
Com o aparecimento de algumas doenças, como a AIDS, tornou-se perigoso realizar esta prática da maneira ancestral, dado os riscos de contaminação que surgiriam.

fonte:
epega
Erros de registro


Embora a iconografia seja importante, parte dela é comprometida por erros de registro ou por intervenções que perdem as características principais.
As escarificações faciais e corporais dos negros são outro ponto mal interpretado pelos artistas da época. De acordo com o filólogo Horatio Hale, essas marcas representavam a identificação das etnias de seus portadores, e não tatuagens ou marcas provocadas por queimaduras e cicatrizes, conforme acreditavam os senhores de escravos. Segundo o estudioso Henry John Drewal, algumas dessas marcas localizam uma pessoa no tempo e no espaço, “marcando indelevelmente o lugar e a condição do indivíduo em um amplo sistema cultural e ontológico.”

fonte:
Especial
AFRO-DESCENDENTES
O negro sob um olhar enviesado
IZABEL LEÃO


 A presença africana é forte de norte a sul do País e se manifesta na forma de cultura, arte e até na culinária.


Efun


Nome dado a argila branca com que são pintados os neófitos. Essa pintura corresponde ao que se chama de "mão-de-efun" (vd. 18-Efun). Como sinônimo de efun ocorre, também, afin.

Pequeno Dicionário Yorubá
Livro: A Galinha-D'Angola.
Autores: Arno Vogel, Marco Antonio da Silva Mello, José Flávio Pessoa de Barros.
Editora: Pallas.
Livro: A Galinha-D'Angola.
Autores: Arno Vogel, Marco Antonio da Silva Mello, José Flávio Pessoa de Barros.
Editora: Pallas.


Efun

Nome dado a argila branca com que são pintados os neófitos. Como sinônimo de efun ocorre, também, afin.

Iyá-Efun

Especialista ritual encarregada das pinturas corporais durante o período de iniciação. Embora esse título honorífico signifique literalmente "mãe-do-efun", o ofício litúrgico não se limita às pinturas com o pigmento branco (efun). São também empregados: wájí e osùn, respectivamente as cores azul e vermelho.

GLOSSARIO DE CANDOMBLE
Candomblé en Brasil
Webmaster
Jurema Oliveira
orixas@terra.com.br
Traduzido por: Professora Maria Rosa Vila
mrv@cevt.com.ar