Seguidores

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Mestre Didi

Deoscóredes Maximiliano dos Santos nasceu em 2 de dezembro de 1917 em Salvador, Bahia, filho de Maria Bibiana do Espírito Santo e Arsenio dos Santos.
Artista plástico e escritor. É Alapini (Sacerdote Supremo do Culto aos Egungun) conhecido como Mestre Didi Axipá, presidente da Sociedade Cultural e Religiosa Ilê Axipá. Mestre Didi foi iniciado na tradição do Culto aos Egungun por Marcos e Arsênio.
Família
Seu pai Arsenio dos Santos pertencia a "elite" dos alfaiates da Bahia, mais tarde iria transferir-se para o Rio de Janeiro na época em que houve uma grande emigração de baianos para a então capital do Brasil.
Sua mãe Maria Bibiana do Espírito Santo, mais conhecida como Mãe Senhora era descendente da tradicional família Asipa, originária de Oyo e Ketu, importantes cidades do império Ioruba.
Sua trisavó, Sra. Marcelina da Silva, Oba Tossi, foi uma das fundadoras da primeira casa de tradição nagô de candomblé na Bahia, o Ilê Ase Aira Intile, depois Ilê Iya Nassô.
Sua esposa Juana Elbein dos Santos é antropóloga e companheira em todas as suas viagens pelo exterior, aos países da África, Europa e Américas, de grande importância pelos intercâmbios e experiências adquiridas, e que irão contribuir significativamente para os desdobramentos institucionais de luta de afirmação da tradição afro-brasileira e pelo respeito aos direitos à alteridade e identidade própria.
Sacerdote
Didi foi batizado, fez primeira comunhão e foi coroinha. Mais tarde, já sacerdote da tradição afro-brasileira foi se dedicando inteiramente a ela afastando-se do catolicismo, embora respeitando como outra religião.
Eugenia Ana dos Santos - Mãe Aninha tratada por Didi como avó, foi quem o iniciou no culto aos Orixás e lhe deu o título de Assogba, Supremo Sacerdote do Culto de Obaluaiyê.
Arsenio Ferreira dos Santos era sobrinho de Marcos Theodoro Pimentel, o Alapini, primeiro mestre de Didi no Culto aos Egungun, os ancestrais masculinos, tradição originária de Oyo, capital do império Yoruba.
Depois de Marcos, foi Arsenio, conhecido por Paizinho quem deu continuidade a iniciação de Didi, que se confirmou Ojé com o título de Korikowe Olokotun.
A herança de tio Marcos Alapini se constitui sobretudo pelo culto ao olori Egun, baba Olukotun, o mais antigo ancestral que foi trazido da África na ocasião da viagem que fez com seu pai, Marcos O Velho.
Paizinho, então Alagba, o mais antigo da tradição aos Egungun recebeu esta herança que aproximou à do terreiro Ilê Agboula na Ilha de Itaparica.
A herança de Marcos Alapini, para seu sobrinho Arsenio Alagba passou para Didi, Ojé Korikowe Olukotun. Mais tarde Didi recebeu o título de Alapini, o mais alto do Culto aos Egungun, no Ilê Agboula e anos depois, em 1980 fundou o Ilê Asipa onde é cultuado o Baba Olukotun e demais Eguns desta tradição antiga.
Em setembro de 1970, não tendo no Brasil quem pudesse fazer sua confirmação de Balé Xangô, foi para Oyo e realiza a obrigação na cidade originária do culto à Xangô. A cerimônia foi realizada pelo Balé Sàngó e o Otun Balé do reino de Sàngó de Òyó.