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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Abubakar III, sultão de Shokoto (1938 - 1988)

Abu Bakar dan Usuman (Siddiq - O Justo), conhecido como Abubakar III, nasceu a 15 de Março de 1903 em Sokoto, Nigéria e morreu a 1 de Novembro de 1988 em Sokoto.
Nasceu no mesmo dia em que as tropas britânicas derrotaram o exercito do sultão Attahiru I, marcando o começo da ocupação do norte da Nigéria. Foi sultão entre 1938 e 1988.
Durante a segunda guerra mundial alistou alguns de seus seguidores para a campanha da Birmânia com os ingleses pelo que foi nomeado cavalheiro em 1954, seis anos antes de a Nigéria conseguir sua independência.
Durante seu mandato Abubakar se destacou pela importância que dedicou à educação.
Defendeu a educação para as meninas mais jovens, o que lhe causou certa, estimulou aos estudantes avançados a continuarem sua carreira na Inglaterra, quando não haviam quadros universitários ao norte da Nigéria. Promoveu grupos de estudos que se reuniam semanalmente em sua biblioteca.
Abukabar foi considerado como o líder espiritual de mais de 50 milhões de muçulmanos, tanto dentro como fora da Nigéria. Foi a figura islâmica mais importante da África subsaariana. Levou uma vida de asceta e defendeu a tolerância religiosa.
As intervenções de Abukabar entre os intelectuais do ocidente tiveram, sem duvida nenhuma, a repercussão que ele procurou para revalorizar a herança cultural africana.

Hauçá: A língua de Sokoto

Os fulanis sokotos constituem um dos grupos fulanis que abandonaram a vida nômade, como criadores de gado, para fixar-se dentro da vida sedentária.
Eles falam um dialeto do fulani denominado sokoto, termo que além de ser o nome de um império do século XIX e de uma cidade nigeriana também se refere a um afluente do rio Níger.
São um povo predominantemente muçulmano considerando-se os mais fieis entre os islamitas e os líderes da religião.
Os fulanis que se fixaram a terra para viver em vilarejos e cidades foram perdendo alguns de seus traços culturais e esquecendo o seu idioma.
Muitos ainda falam hauçá que é bastante usada como língua comercial naquela região.
De fato já houve algumas misturas e casamentos entre o povo de língua hauçá.
Os fulanis são um povo instruído e que domina a liderança do islã na região.
Muitos deles são funcionários do governo, fiscais e políticos.
Embora criem algum gado, sua área de interesse está na administração, nas leis, na religião e na educação. Praticamente toda a população é muçulmana sendo poucos os convertidos.

Povo nigeriano

Com representantes de quase todas as raças nativas da África, a Nigéria apresenta grande diversidade de povos e culturas.
No país, situado na confluência das rotas migratórias transcontinentais, ocorreu o cruzamento entre sudaneses e povos bantos e semibantos, oriundos do sudoeste e do centro da África.
Posteriormente, grupos menores como os árabes shuwas, os tuaregues e os fulani ou fulas, concentrados no extremo norte, entraram em ondas sucessivas pelo Saara.
Os mais antigos habitantes estabeleceram-se nas florestas e no delta do Níger, fugindo aos invasores provindos das savanas do norte.
No período de tráfico negreiro, a organização social dos povos litorâneos e do delta do Níger foi profundamente alterada pelas migrações forçadas e pelo contato com os mercadores europeus.
No início do período colonial, houve maior intercâmbio entre as cidades costeiras, sobretudo Calabar, Warri e Abonnema, onde se fixaram mercadores sírios, libaneses e europeus.
Os habitantes da Nigéria são na quase totalidade, de raça negra, mas há profundas diferenças entre os mais de 250 grupos étnicos.
Cada grupo ocupa um território, que considera seu por direito de herança e antiguidade da ocupação. Os que não pertencem ao grupo, mesmo que vivam e trabalhem muitas décadas no lugar, continuam na condição de estrangeiros.
Nas áreas rurais, os estrangeiros não podem adquirir propriedades. Mesmo assim, há uma considerável migração dos integrantes de um grupo para o território de outro, em busca de terra.
Há três grupos étnicos principais: hauçás, povos de língua ioruba e povos de língua ibo. Os hauçás são os mais numerosos e vivem no extremo norte, integrados aos fulani, que conquistaram a região dos hauçás no começo do século XIX.
Embora em minoria, os fulas gozam de alguns privilégios em relação à maioria hauçá: podem casar com os hauçás ou até com membros de outro grupo, controlam a administração das cidades hauçás e falam sua própria língua fula, de preferência ao hauçá.
Tanto os hauçás quanto os fulas são majoritariamente muçulmanos.
O grupo dos povos de língua ioruba habita o sudoeste da Nigéria. Como os hauçás e os fulas, têm ligações ancestrais com o Oriente Médio.
Embora agricultores, muitas vezes vivem em grandes cidades pré-industriais. Cada grupo tem um chefe supremo, ou obá, apoiado por um conselho de chefes.
O oni de Ife, que é o líder espiritual dos iorubas, e o alafin de Oyo, que é o seu líder político, são os chefes mais poderosos; sua influência é reconhecida em todas as áreas iorubas.
O terceiro grupo majoritário, o dos povos de língua ibo, vive em pequenas povoações dispersas no sudeste.
Uma pequena percentagem dos ibos, fixada no estado de Bendel, vive em grandes cidades pré-industriais, e é culturalmente mais próxima dos edos, da vizinha Benin City, do que dos ibos do vale inferior do Níger.
Dentre os grupos minoritários estão os ibibios, que vivem perto de Ibo, com quem mantêm relações, e os edos de Benin City, cuja cultura tem influência dos vizinhos iorubas.
Na parte central do território nigeriano encontra-se a maior concentração de grupos étnicos minoritários (mais de 180), dos quais os tives e os nupes são os mais populosos.
São agricultores sedentários, mas enquanto a sociedade dos nupes é hierarquizada, a dos tives tende a ser descentralizada.
Até a década de 1970, numerosos emigrantes acorreram às plantações de cacau e seringais dos estados vizinhos.
Com o desenvolvimento econômico mais rápido, as correntes migratórias inverteram-se e o país recebeu trabalhadores do Benin, do Níger e de outros países.
Na década de 1980, a queda nos preços do petróleo provocou a saída em massa dos imigrantes. Há migrações internas intensas e os estados do sudoeste, mais urbanizados e industrializados, receberam muitos trabalhadores procedentes da superpovoada região sudeste.
Lagos, capital do país até 1991, é o centro da zona mais povoada e urbanizada da Nigéria.
Eixo de comunicações e núcleo industrial do país é uma grande cidade em rápida expansão.
Além da atual capital do país, Abuja, outras cidades importantes são: Ibadan, Ogbomosho e Ilorin em território ioruba; Benin City, antiga capital de um reino costeiro; Enugu, principal cidade dos ibos; e Port Harcourt, maior porto da costa leste, com indústrias petrolíferas e de transformação.
No norte do país, Kano é a antiga capital de um reino hauçá, para onde confluem as rodovias e ferrovias. É também o principal mercado de uma rica região agrícola.

Rei fotografado por Daniel Lainé entre 1988 e 1991
Observação: essa foto foi tirada 15 dias antes da morte do Sultão.