Seguidores

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Arquitetura e pintura mural do povo Ndebele - Zimbábue

Os Ndebele descendem do grande grupo dos Ngoni, do qual também faziam parte os Zulu e os Swazi.
Juntos, os três subgrupos formavam uma grande nação na África do Sul, cada um deles vivendo de forma autônoma e auto-suficiente. A terra era rica em ouro e ferro, e isso lhes permitia uma vida tranquila.
A partir do século 16, a região onde habitavam os Ngoni passou por grandes transformações. A começar pelo aumento da população, que deu origem a conflitos entre os grupos, cada um deles tentando garantir o próprio espaço.
A situação se agravou com a chegada dos agricultores holandeses conhecidos como bôeres, que dominaram a região e implantaram o regime do apartheid – de segregação racial –, que durou até a década de 90.
Também os portugueses contribuíram para arruinar a economia tradicional dos Ngoni, por meio do tráfico de escravos, ouro e marfim. Os povos Ngoni têm um nome para esse período de duras transformações sociais. Chamam-no de mfecane, que significa confusão.
No final do século 17, Ndebele e Swazi deixaram a região, fugindo da dominação do império zulu, que se encontrava sob a chefia do tirano U Shaka.
Os Ndebele foram se instalar no Zimbábue, onde tiveram que dividir o território com os Shona e lutar contra a colonização inglesa. Atualmente, somam cerca de 1,5 milhão no país. Aproximadamente 450 mil continuam na África do Sul.
Além de cuidar do gado, os Ndebele cultivam legumes, cereais, frutas e tabaco.
A estrutura de suas aldeias é bem tradicional: no centro fica o recinto para os animais domésticos, ao redor do qual estão as cabanas. Um muro de barro em forma retangular cerca todo o conjunto, servindo de proteção contra o ataque de animais selvagens.
De cultura banta, os Ndebele têm uma índole religiosa muito forte. Cerca de 30% da população segue a religião tradicional, enquanto 45% professam o cristianismo.
A característica principal dessa tribo está na sua forma única de arte. São chamados de "o povo artista" e o talento deles é algo instintivo. Expressam a si mesmos através das cores e dos desenhos.
As casas são muito coloridas, redondas ou quadradas, com telhados de palha.
Nas pinturas murais do grupo étnico Ndebele, sul da África, observamos a apropriação de alguns elementos do cotidiano da cultural ocidental assim como a chave, a fechadura, a lâmpada, etc.
Além das casas com essa característica única, essa tribo desenvolve um artesanato na fabricação de colares e ornamentos de miçangas.
Suas mulheres lembram as "mulheres girafa" da Tailândia, pois usam colares em forma de aro no pescoço, pernas e braços, e usam cobertores coloridos amarrados nas costas.
Esther Mahlangu
Os ndebele têm uma artista que vive entre eles, lá num vilarejo ao norte de Johanesburgo.
É Esther Mahlangu, uma mulher que resolveu fazer da tradição de seu povo uma arte de verdade.
No final dos anos 80 ela foi descoberta pelos curadores do museu Georges Pompidou, de Paris, onde participou de sua primeira exposição em 1989.