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sábado, 15 de outubro de 2011

As mascaras Ere Egungun - território Egbado- Ioruba

As cerimonias de mascaras entre os Iorubas da Nigéria são chamadas de Ere Egungun para a celebração dos Ara Orun, (seres do além) ou ancestrais.
Nas terras de Egba e Egbado, assim como em outras partes do território ioruba, essas cerimonias se realizam em festivais anuais ou bienais, mas também nos ritos fúnebres.
A cerimonia inclui o preparo de oferendas e as homenagens aos ancestrais pelas ajudas no passado e no futuro.
Nos funerais das pessoas de destaque, essas mascaras propiciam uma resposta criativa para esse momento critico de perda e luto.
Para comemorar a perda são feitas representações elaboradas que evocam as lembranças da vida do morto em relação aos vivos que estão presentes.
Dentre a vasta gama de temas adotados pelas mascaras Egungun estão os inúmeros estereótipos sociais e culturais.
Nas apresentações os dançarinos mostram o avesso das roupas numa evocação do outro mundo.
Essas mascaras que satirizam animais e humanos são entretenimentos e motivos de comentários na vida social da comunidade.
De acordo com a historia oral contada pelos descendentes de Oyo, essas mascaras tiveram influencia Nupe.
As mascaras Egungun são pintadas em cores vivas e os dançarinos vestidos por varias camadas de panos suntuosos.
A cada ano o dono da mascara Egungun irá adicionando novas camadas de panos às existentes, podendo-se contar a quanto tempo vem usando esse traje.
A silhueta do dançarino fica completamente escondida, principalmente o corpo, transfigurando-se na representação do espirito ancestral a quem a sua dança procura homenagear.
A palavra Egungun pode ser traduzida por "poderes ocultos". O poder e o propósito desse traje se unem apenas na presença dos espíritos ancestrais.
A função do dançarino concentra-se em dar vida exuberante a esse traje, e deixar que a mascara Egungun transforme-o em algo etéreo e do outro mundo.
Os panos usados na roupa medem o prestigio do seu dono, seu poder e a riqueza da sua família.
Os tecidos são alegres e vivos, em geral importados, para sugerir a suntuosidade do mundo ancestral.
Nos mitos iorubás a nudez esta ligada a infantilidade e a loucura. Por isso a grande quantidade de camadas de pano usadas para encobrir a nudez.
Além disso, as camadas coloridas e texturas elaboradas são necessárias para que o dançarino experiência a transformação.
Essa transformação é o que os iorubas chamam de "milagre", envolvendo completamente o dançarino ate mudar sua forma.
A dança consiste em girar o corpo vigorosamente para que os panos se dobrem para cima mostrando as diferentes camadas coloridas do tecido, para chamar a atenção da audiência e faze-la vibrar de excitação.
O esforço necessário para essa apresentação é tremendo para que os "milagres" sejam reproduzidos continuamente com o mesmo vigor em cada dança.
As mascaras Egungun estão muito vinculadas a essas apresentações, perdendo muito do seu impacto quando estão atrás dos vidros de museus.