Na África o estudio fotográfico é o lugar onde os sonhos se materializam.
Por alguns centavos, simples mortais podem posar e alcançar a imortalidade.
Podendo possuir coisas que nunca tiveram serem pessoas que talvez nunca consigam ser, e ter acesso ao inacessível.
As pessoas vêm se animando a solicitar retratos que vão muito além daqueles que elas veem nos seus documentos, e que muitas às vezes são os únicos disponíveis.
Os retratos são desejados por varias razões, mas sempre com o desejo comum de ter uma foto bem humorada.
Nesse processo, outras formas de auto representação tornam-se parte de uma nova identidade social.
Desde o advento da fotografia na Europa, acostumou-se enxerga-la como uma atividade estrangeira.
A África fotografada por africanos é algo que também pode escapar a nossa atenção, uma vez que as imagens que se conhecem por ai, são na sua maioria feitas por fotógrafos do ocidente.
Nas culturas africanas a fotografia é tradicionalmente restringida, pela crença de que ser fotografado é perder a alma.
As fotos africanas funcionavam como códigos numa sociedade onde a imagem que se projetava era muito importante.
A politica britânica da "lei indireta" permitiu aos africanos de seus territórios a aprenderem técnicas europeias muito antes dos outros povos.
A fotografia floresceu nas mãos dos fotógrafos locais com o enfraquecimento do colonialismo.
Para o ganense, a fotografia tornou-se popular desde os anos vinte, com a chegada da “box câmera”, acelerando a democratização das técnicas fotográficas.
Adotaram a fotografia, em primeira instância retocando fotos, depois fazendo fotomontagens, e finalmente na forma do cenário pintado, ganhando seu lugar na vida social do pais.
O cenário pintado foi uma herança europeia, tendo representando o passo intermediário entre o retrato pintado e o retrato fotográfico.