Seguidores

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Igwe Kenneth Nnaaji Onyemaeke Orizu III, Obi de Nnewi

Quando Kenneth Nnaji tornou-se rei de Nnewi em 1963, era um fazendeiro, possuía dez esposas e trinta filhos.
Localizado a oeste do rio Níger, no pais Igbo, Nnewi é uma cidade rica onde residem vários milionários.
O reino, fundado no século XIV, é composto por quatro grandes cidades.
Quando os portugueses chegaram nessa região no século XV, surgiram uma serie de cidades-estado.
Essas cidades, assim como Nnewi, foram construídas em função do crescente tráfico de escravos.
Nascidas com essa finalidade viviam unicamente do trafico, e não simpatizavam com a criação de um estado que unisse Ibos, Iorubas e Hauçás debaixo de uma mesma bandeira Nigeriana.
Esses confrontos religiosos e étnicos foram piorando, causando o inicio da guerra de Biafra.

Nnewi

Nnewi é uma cidade no Estado de Anambra, situada na parte oriental da Nigéria.
É constituída por quatro cidades grandes:
Otolo, Uruagu, Umudim e Nnewichi.
O chefe supremo de Nnewi é chamado de Igwe.
Cada cidade tem um Obi (chefe).

O Estado de Anambra Na Nigeria

O Estado de Anambra separou-se do anterior e Estado de Anambra a 27 de Agosto de 1991.
Limitado a oeste pelo Estado do Delta, ao sul pelo Estado de Imo, a leste pelo Estado de Enugu, e ao norte pelo Estado de Kogi.
Ha 21 territórios governamentais no estado:
Anaocha, Njikoka, Nnewi North, Nnwe South, Onitsha North, Onitsha Sul, Anambra, Oyi, Ahila, Akwa Norte, Akwa Sul, e Aguata.
As outras são Orumba Norte, Orumba Sul, Ogbaru, Idemili, Idemili Sul, Ayamelum, Ekwusigo, Anambra Oeste e Dunukofia.
A população hábil e hospitaleira do Estado de Anambra é Igbo. São grandes industriais, empresários e artesãos.
Akwa é a capital do estado e sede do Governo do Estado de Anambra. A cidade produz ferramentas de prata, metalurgia e escultura.
Na área da educação, sediam a Universidade Nnamdi Azikiwe, Akwa; a Politécnica Federal, Oko; o Colégio Nsugbe; e o Colégio de Agricultura, Igbanam.
A alfabetização no estado é comparativamente alta, e possui um elemento humano qualificado em todas as áreas.
A matricula nas escolas deste estado é uma das mais altas do pais.
Culturalmente, o Estado possui uma herança muito rica. O festival anual de Ofalla, e o festival anual de Inhame novo.
O Estado de Anambra possui boas vias de comunicação e transporte com os outros estados da federação.
O Rio Níger com a famosa ponte Níger conecta a agitada cidade comercial de Onitsha com os portos Harcourt no Estado de Rivers, Bururu e Warri no Estado do Delta.
Numerosa matéria prima industrial e produtos agrícolas estão sediados em varias partes do estado que incluem o dendê, milho, arroz, inhame, mandioca e pesca.
Em Onitsha podemos encontrar a joalheria esmaltada e os moinhos têxteis de algodão.

A religião do povo Igbo

Os Ibos são um povo profundamente religioso que acreditam num criador benevolente, conhecido por Chukwu, que criou o universo visível (uwa).
Opondo-se a esta força está Agbara, o espirito ou entidade sobrenatural. Algumas vezes refere-se a pessoas como Agbara ele como, ao descreverem algum feito quase impossível realizado por elas. Um ditado popular do povo Igbo diz “Bekee wu Agbara". Significando o homem branco é um espirito. Frequentemente usado para demonstrar a sua admiração diante das invenções cientificas dos homens brancos.
Além do universo natural eles acreditam na existência de outro nível, aquele das forças espirituais, os alusi. Os alusi são divindades menores, forças que abençoam ou destroem, dependendo das circunstâncias.
Eles punem as ofensas sociais e aqueles que infringem deliberadamente os seus privilégios. O papel do adivinho é interpretar os desejos dos alusi, e o do sacerdote é aplaca-los com sacrifícios.
O sacerdote pode ser escolhido tanto através de sua linhagem hereditária, ou através de uma divindade para ficar a seu serviço, frequentemente passando por uma serie de experiências místicas.
Cada pessoa tem um destino próprio, Chi, que vem de Chukwu, e retorna pra ele ao morrer. Chi pode ser bom ou ruim.
Ha uma forte crença entre os ibos que os espíritos ancestrais zelam pelos humanos.
Os vivos demonstram seu respeito pelos mortos rezando pelo bem estar deles.
Falar mal de um espírito é um desrespeito à lei tribal.
Os ancestrais que tiveram uma boa vida, e morreram de acordo com os modos socialmente aceitos, sendo reverenciados corretamente nos seus ritos funerários, vivem em num mundo que espelha o mundo dos vivos.
Reencarnam periodicamente entre os vivos e são chamados de ndichie - aqueles que voltaram.
Aqueles que tiveram uma morte ruim e não foram enterrados de maneira adequada, não podem retornar ao mundo dos vivos, ou entrar no dos mortos. Eles vagam sem parada fixa, expressando sua dor e causando prejuízos entre os vivos.
Entre os Ibos, os ritos fúnebres e enterros são cerimonias extremamente complexas, e a mais elaborada entre todas é o enterro de um chefe.
Entretanto, existem varias maneiras de morrer que são consideradas vergonhosas, e para essas circunstâncias, não se providenciam funerais.
Mulheres que morrem no parto, crianças que morrem antes da dentição, os que cometem suicídio, e aqueles que morrem em dias sagrados- para essas pessoas o enterro é ser abandonado no mato.
Suas crenças religiosas também já os levaram a matar aqueles que eram considerados vergonhosos para a tribo. Nascimentos simples eram considerados tipicamente humanos, porém os múltiplos (duplos, triplos) como pertencentes ao mundo animal.
Como os gêmeos não passavam para a categoria humana eram exterminados ao nascer. Crianças que nascessem com dentes (ou cuja dentição superior viesse primeiro), nenês que cujos pés saíssem primeiro durante o parto, meninos com um único testículo, com lábios leporinos, eram todos mortos e seus corpos atirados secretamente no mato.
A religião era encarada com grande seriedade, o que podia ser percebido nas suas atitudes relativas a sacrifícios, onde não se poupava nada. Tabus religiosos, principalmente para os sacerdotes e homens de destaque, envolviam um alto grau de ascetismo.
Os Igbos procuravam obter em suas preces e sacrifícios, bênçãos para uma longa e próspera vida, e especialmente filhos, considerados a maior de todas as bênçãos.
Seu desejo de oferecerem os sacrifícios mais preciosos levaram-nos ao sacrifício humano. Escravos eram frequentemente oferecidos em funerais para providenciar um séquito para a vida apos a morte.
Não havia um altar para Chukwu, nem sacrifícios feitos diretamente para ele, mas era considerado o principal detentor de todos os sacrifícios feito para as outras divindades.
Essas divindades menores solicitavam uma grande parte do cotidiano desse povo.
Acreditava-se que esses deuses podiam ser manipulados para proteger e satisfazer seus interesses.
Se os deuses cumprissem seus pedidos, seriam premiados com a constante fé da tribo.
No território Igbo encontram-se varias versões para as divindades menores.

Abaixo estão algumas das mais comuns:

Ala- a deusa da terra, espirito da fertilidade (tanto do homem como da terra)
Igwe- o deus do céu. Esse deus não era invocado para trazer a chuva, essa era uma tarefa dos fazedores de chuva, sacerdotes Ibo que se acreditavam capazes tanto de buscar como de fazer a chuva parar.
Imo miri - o espirito dorio. Os ibos acreditavam que o grande rio possuía um aspecto espiritual, portanto era proibido pescar nesse lugar santificado.
Mbatuku- o espirito da riqueza
Agwo- o espirito que invejava a riqueza alheia, sempre em busca de servidores.
Aha njuku ou Ifejioku - o espirito do inhame
Ikoro- o espirito do tambor
Ekwu- o espirito do coração, que é o espirito domestico da mulher.

A arte Igbo Ukwu

Durável, brilhante e forte, o metal foi usado com muitas finalidades na África. Daí a importância dos ferreiros, aqueles que sabiam lidar com temperaturas elevadas o suficiente para permitir a manipulação dos metais.
Ferramentas, objetos do cotidiano, esculturas, adereços que inspiraram os nossos balangandãs e, são claro, armas.
Ferro cobre bronze, latão e outros metais serviram também como matéria-prima de algumas das melhores expressões da arte africana: as esculturas de metal fundidas com o processo da cera perdida.
Essa técnica foi provavelmente originária de Ifé, entre os séculos XII e XIII, como uma evolução da técnica do barro cozido.
O ocidente começou a conhecer melhor esses trabalhos quando, acidentalmente, foram desenterrados os bronzes do palácio real de Ifé, em 1937, e as peças de Igbo Ukwu, em 1939.
Haviam vários centros de produção dessas peças, sendo um dos mais produtivos o da corte do Benin, onde se desenvolveu um estilo especialmente naturalista.
Caçadores, chefes, animais, figuras simbólicas são retratadas no metal em máscaras, bastões, placas e os mais diversos objetos.
Apesar de muita coisa ter se perdido com o tempo ou estiver ainda para ser descoberta, hoje em dia já se conhece muitas peças, sendo que a melhor parte delas foi parar em coleções de particulares ou museus europeus.

Rei fotografado por Daniel Lainé entre 1988 e 1991