Os objetos negros sempre circularam através de longas distâncias e de longos períodos de tempo.
A Bahia manteve um intercâmbio constante com o Golfo de Benin durante e logo depois da escravidão.
A presença de ex-escravos brasileiros com suas famílias em cidades daquela costa, como Lagos, Ouidah e Porto Novo, facilitava esse intercâmbio.
Não somente escravos eram motivo e motor desses fluxos, mas também produtos como tabaco, noz de cola, aguardente, tecido e, mais tarde, indumentárias e objetos associados à prática das religiões afro-brasileiras, e até idéias e textos.
Mas, a partir dos anos 10 e até aproximadamente a Segunda Guerra Mundial, a importação de mercadorias negras era limitada e ocorria, de modo geral, no âmbito dos canais oferecidos pelas redes (neo) coloniais que ligavam a Bahia à África lusófona e pela Igreja Católica.
Os viajantes e um número limitado de cientistas sociais, como Herskovits, Frazier e Verger, eram responsáveis por algumas conexões internacionais.
De fato, até a Segunda Guerra, ao longo do Atlântico negro, a maior parte da troca ocorria dentro e não através das áreas linguísticas (inglesas, francesas, espanholas e portuguesas).
Recentemente essa troca se acelerou e diversificou.
Hoje a importação envolve, principalmente, objetos negros associados, de uma ou outra forma, à "identidade negra moderna".
Boa parte desses objetos negros modernos e estrangeiros relaciona-se aos domínios do comportamento e do cuidado com o corpo.
O número crescente de estudantes africanos e imigrantes, principalmente da África lusófona, certamente contribuiu para aumentar a intensidade e para modificar a qualidade da troca envolvendo a arte e as roupas africanas.
Alguns deles vendem produtos manufaturados e artesanais africanos para poder pagar seus estudos.
No passado, a Bahia exportava objetos negros considerados itens-chave para a cultura tradicional afro-baiana, como imagens e estátuas de orixás, fotos de cerimônias religiosas, roupas e ornamentos do povo-de-santo e instrumentos musicais, geralmente de percussão.
A esse estoque tradicional de objetos negros também pertenciam os itens associados à capoeira, tais como o berimbau e fotos do jogo, vendidas principalmente para viajantes, antropólogos e turistas ocasionais.
Começando aproximadamente a partir dos anos 50, o que chamamos de produtos "quase tradicionais" também passaram a ser exportados.
A Bahia manteve um intercâmbio constante com o Golfo de Benin durante e logo depois da escravidão.
A presença de ex-escravos brasileiros com suas famílias em cidades daquela costa, como Lagos, Ouidah e Porto Novo, facilitava esse intercâmbio.
Não somente escravos eram motivo e motor desses fluxos, mas também produtos como tabaco, noz de cola, aguardente, tecido e, mais tarde, indumentárias e objetos associados à prática das religiões afro-brasileiras, e até idéias e textos.
Mas, a partir dos anos 10 e até aproximadamente a Segunda Guerra Mundial, a importação de mercadorias negras era limitada e ocorria, de modo geral, no âmbito dos canais oferecidos pelas redes (neo) coloniais que ligavam a Bahia à África lusófona e pela Igreja Católica.
Os viajantes e um número limitado de cientistas sociais, como Herskovits, Frazier e Verger, eram responsáveis por algumas conexões internacionais.
De fato, até a Segunda Guerra, ao longo do Atlântico negro, a maior parte da troca ocorria dentro e não através das áreas linguísticas (inglesas, francesas, espanholas e portuguesas).
Recentemente essa troca se acelerou e diversificou.
Hoje a importação envolve, principalmente, objetos negros associados, de uma ou outra forma, à "identidade negra moderna".
Boa parte desses objetos negros modernos e estrangeiros relaciona-se aos domínios do comportamento e do cuidado com o corpo.
O número crescente de estudantes africanos e imigrantes, principalmente da África lusófona, certamente contribuiu para aumentar a intensidade e para modificar a qualidade da troca envolvendo a arte e as roupas africanas.
Alguns deles vendem produtos manufaturados e artesanais africanos para poder pagar seus estudos.
No passado, a Bahia exportava objetos negros considerados itens-chave para a cultura tradicional afro-baiana, como imagens e estátuas de orixás, fotos de cerimônias religiosas, roupas e ornamentos do povo-de-santo e instrumentos musicais, geralmente de percussão.
A esse estoque tradicional de objetos negros também pertenciam os itens associados à capoeira, tais como o berimbau e fotos do jogo, vendidas principalmente para viajantes, antropólogos e turistas ocasionais.
Começando aproximadamente a partir dos anos 50, o que chamamos de produtos "quase tradicionais" também passaram a ser exportados.