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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Máscaras Mblo - tribo Baule da Costa do Marfim


A tribo Baule é uma das mais importantes da Costa do Marfim.
Seu nome testemunha sua historia.
De acordo com a lenda, no século XVIII a rainha Aba Pokou guiou seu povo no exilio em direção das áreas de mineração e cruzou um rio, onde se viu obrigada a sacrificar seu filho para a divindade do rio. Por isso esse povo ficou conhecido por Bauh, “o filho está morto".
No século XIX o reino foi desintegrado devido a conflitos internos e com a chegada dos colonizadores franceses.
Os artistas Baule fazem inúmeras obras de arte e seus entalhadores continuam trabalhando ativamente nos dias de hoje.
Devido a seu grande sentido de estilização e cuidado com os detalhes eles têm produzido alguns dos objetos mais elegantes da arte africana.
O europeu tem admirado essas máscaras ha mais de um século, por sua beleza. Entre os Baule ha uma tradição de admirar objetos por sua perfeição e os artesãos que fabricam.
As melhores mascaras são usadas pelos melhores dançarinos.
Mascaras
Os Baule usam três tipos de mascaras:
A primeira, chamada de Bonu Amwin, é um capacete na forma de um búfalo, com um par de chifres planos, um nariz em forma de T e uma grande boca retangular com dentes expostos. Seu estilo inspirou artistas como Picasso.
A segunda é um rosto com feições realísticas ligeiramente arredondadas, queixo pontudo, nariz em forma de T, olhos semicirculares, escarificações proeminentes típicas da tribo Baule e um penteado elaborado.
Algumas vezes é pintada nas cores preta vermelha e branca. Usada originalmente por guerreiros. Não aparentam ter nenhum uso ritual, apena cerimonioso durante as festividades e visitas de chefes importantes.
Algumas vezes esse tipo de máscara tem dois rostos, lado a lado, simbolizando gêmeos, o que para os africanos é um bom presságio.
E o terceiro tipo são as máscaras usadas nos festivais Goli.
Características das máscaras Baule.
Ha duas formas principais, a humana e animal. É comum apresentarem cristas ou atributos animais nas máscaras humanas.
As mascaras humanas são fabricadas e usadas apenas por homens que entram em contato com Gu, aquele que governa o mundo. Os buracos ao lado das máscaras ajudam a prendê-las no rosto.
Essas mascaras são singulares, porém tem semelhanças.
Os Baule preocupam-se com a representação fiel das feições humanas e animais em suas esculturas. É através de um aprendizado que o jovem adquire o sentido estético de sua tribo. Isso inclui, patina suave, proporção equilibrada, linhas claras, formas arredondadas e uma leve assimetria.
O olhar da mascara é muito importante para os Baule.
As sobrancelhas são arqueadas e o nariz esta bem próximo.
como nessas frases:
“seus olhos estão bem abertos"
“finalmente seus olhos se abriram"
“olhos abertos significam consciência"
Na cultura africana quando um jovem ou subordinado esta diante do mais velho, de um rei ou de um sábio deve olhar para baixo em sinal de respeito.
Isso tudo é levado em conta nos detalhes dessas máscaras.
Além disso, os penteados e escarificações faciais complementam a beleza física. As cicatrizes simbolizam os ritos de passagem.
A barba indica a idade, alguém que criou uma família, viveu uma vida plena e que merece respeito pela sabedoria que adquiriu na vida.
Esses atributos nos permitem distinguir melhor as diferenças entre as máscaras Baule e as demais mascaras africanas que adotam estilos semelhantes.
Os Baule usam vários materiais na sua arte. Madeira, ouro, latão fundido, como aqueles usados pelos seus vizinhos Ashanti.
Suas mascaras e entalhes também foram bastante influenciadas pelos Senufo e pelos Guro.