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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Mulher da tribo Kikuyu com traje tradicional - Quênia

Os Kikuyu são a tribo dominante no Quênia apesar de terem sido deslocados de sua terra natal.
Chegaram com a migração banta e atualmente formam o grupo étnico mais populoso do pais, com sete milhões e meio de pessoas.
São tradicionalmente agricultores.
Suas terras estão na base do monte Quenia, uma das regiões mais cultivadas de todo o pais.
Muitos Kikuyu envolveram-se em negócios e politica. O primeiro presidente do Quênia, Jomo Kenyata pertence a essa tribo.


Historia


De acordo com a tradição oral Kikuyu, procedem de Gikuyu, o fundador da etnia. 
Ele tinha uma esposa chamada Mumbi que deu a luz nove filhas. Estas filhas são a origem dos nove clãs familiares atuais (muhiriga): Achera, Agachiku, Airimu, Ambui, Angare, Anjiru, Angui, Aithaga, e Aitherandu. 
Segundo esta tradição, os homens se cansaram de seu tratamento pelas mulheres e se rebelaram, donde nasceria um decimo clã (mas contam-se apenas nove, pois se considera azar falar desse decimo clã). 
Esta lenda representa uma mudança de direção na historia do matriarcado Banto para o sistema patriarcal.
Os antepassados do povo Kikuyu chegaram ao Quênia durante as migrações Bantas de 1200 a 1600 DC. 
A base cultural do povo Kikuyu parece proceder dos primeiros colonos desta zona, os Thagicu, instalados ai desde o século XII DC. 
Somente a partir do século XVII que podemos falar da existência dos atuais Kikuyu, e do Distrito de Mukurue como a zona em que residiam.
Durante o período colonial britânico, a maior parte do povo Kikuyu, fundamentalmente agricultores, perdeu suas terras para os colonizadores brancos sendo forçados a trabalhar como colonos nas suas granjas. 
Diante da perda das suas terras mais fecundas, e com a expansão demográfica, muitos emigraram para a Província do Valle do Rift, permanecendo alo após a independência.


Sociedade


Assim como os outros povos bantos, os Kikuyu baseiam sua organização social na unidade familiar (nyumba). 
Varias famílias formam um núcleo (mucii) que é parte de um clã (mbari). 
Os Kikuyu organizaram-se a partir destas estruturas familiares. Os Conselhos formados pelos chefes masculinos de uma comunidade elegem um membro como seu porta voz, dentre o grupo de anciãos. 
Este porta voz é eleito por consenso geral e pode ser destituído da mesma forma caso a comunidade achar que ele não defende os interesses de todos. 
Atualmente a cerimonia da circuncisão está desaparecendo entre os rapazes e a clitoriptomia para as moças é celebrada a cada quinze anos. 
Todos os participantes dessa cerimonia ficavam unidos por toda vida e seu status social dependia do etário ao qual pertenciam.
Atualmente estas praticas estão desaparecendo e quando ocorrem são realizadas de forma individual num hospital. 
Acredita-se que este sistema foi adotado pelos primeiros Thagicu que por sua vez copiaram dos povos Cushitas e Nilóticos. 
Em outros tempos, se um jovem quisesse tornar-se guerreiro (anake) teria que passar pela circuncisão. 
Somente assim poderia participar dos Conselhos de sua comunidade (kiama). 
Os Kikuyu mantem algumas superstições que entram em contradição com sua vida moderna. 
Considera-se azar falar abertamente sobre o futuro nascimento de um filho, porque acreditam que os espíritos malignos podem afetar a criança. 
Ainda hoje tem receios com as prática europeias de dar banho no bebe recém-nascido ou em mencionar a data esperada para o nascimento. 
Outros acreditam que o numero 10 é traz má sorte, devido ao mencionado decimo clã, para o qual não se deve mencionar essa cifra.
Ao contar dizem "ikumi, nove completo" em lugar da palavra dez. 
Atualmente esse termo é usado às vezes por pessoas mais velhas ou de uma maneira bem humorada. Todavia essa palavra se mantém.


Foto de Carol Beckwith e Angela Fisher


As fotógrafas Beckwith e Fisher realizaram um autêntico trabalho antropológico durante os trinta anos que levaram fotografando as cerimônias da África. 
Aproveitando a desvantagem aparente de sua condição feminina e graças à sua adversidade, conseguiram ganhar a confiança dos homens e mulheres das diversas tribos que visitaram, aceitando registrar sua vida cotidiana e seu mundo espiritual de uma maneira que nenhum homem conseguiu antes.