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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Timbuctú e a esquecida pérola do deserto


Timbuctú surge das areias do deserto como uma miragem de formas de barro. Sua estrutura urbana e suas ruas arenosas dialogam com a eternidade. Três das mais antigas mesquitas da África Ocidental se encontram construídas ali.
Fundada no século XI por nômades Tuaregues, Timbuctú se converteu rapidamente na capital do enorme império medieval de Songhay, apoiada em seu papel de ponto final do tráfego convergente de caravanas que provinham do deserto carregando sal, em algumas circunstâncias mais valioso do que o ouro.
Do ponto de vista construtivo, os artesãos da cidade constroem com uma mistura de argamassa de barro e gesso com núcleo de pedra picada, técnica que a torna diferente ao praticado em Djenné e outras cidades da região. Essa técnica usa solidariamente as forças da pedra e da argamassa, obtendo-se um material coerente que combina em sua constituição final o melhor de cada um.
Por outro lado, a decoração de edificações constitui uma prática originária das cidades de pedra dos berberes na Mauritânia, não só nas fachadas, mas também nos tetos.
A admirável mesquita de Sankore foi desenhada em 1324 por Abu Ishaq as-Sahili, arquiteto a quem se atribui também o projeto de cidade da Granada moura. No entorno dela cresceu posteriormente a universidade local. Em anos de sobrevivência supera a Grande Mesquita de Djingereber, mantendo-se ainda em pé a estrutura original, enquanto a outra já foi reconstruída várias vezes.