Uma das grandes celebrações da Nigéria é o festival de Sallah que se celebra logo apos o Ramadan.
Vestidos em trajes cerimoniais, cavalos e cavaleiros marcham numa majestosa parada, projetando uma imagem de heroica liderança.
Os Hauçás costumam dizer, "Um cavaleiro sobre seu cavalo, é notado e lembrado".
Sua vestimenta é remanescente das formas primitivas de cobrir os cavalos nas batalhas, por seus ancestrais.
Para a cerimonia os cavalos são guarnecidos de um rico conjunto decorativo feito com laminas metálicas, bordados coloridos e apliques de couro.
Ostentam pares de pequenas bolas de ouro e prata contendo feitiços para aplacar os perigos.
Passando diante da ovação do povo, os cavaleiros correm em direção ao palácio do Emir para demonstrar sua fidelidade.
Agrupam-se numa formação tradicional diante da esplanada do palácio conhecida como Hawan Daushe, e depois continuam em marcha na famosa procissão de Sallah.
Esse evento é uma demonstração dos dotes equestres e das pompas evocativas da antiga cavalaria de Katsina.
O Hawan Daushe consiste de uma serie de descargas de tiro dadas pelos oficiais e pela guarda real, sob o controle do chefe, simulando as manobras militares tradicionais de tiro.
Após desfilar diante de seu povo para afirmar sua presença e renovar o contato com seu séquito, o Emir retorna a seu palácio.
Usando um manto de ouro sobre um robe, e um turbante em sinal de resignação religiosa, o Emir é seguido pelos membros da aristocracia e rodeado por uma comitiva com turbantes vermelhos.
Assim que entra no palácio, os súditos entram com seus cavalos para saudá-lo, levantando suas armas com um punho fechado num sinal de aprovação de seu líder.
Líder supremo da dinastia reinante, ele detém o cargo de poder tradicional tanto para os Fulanis como para os Hauçás do emirado de Katsina.
O Norte da Nigéria
Kaduna é um antigo posto britânico com belos edifícios coloniais e modernos.
A antiga cidade murada de Zaria ao norte detém muito de seu velho caráter e possui uma bonita mesquita e o Palácio do Emir.
Fora de Katsina, na fronteira com o Níger, estão os antigos assentamentos Hauçás e a cidade com suas festas espetaculares festas de Sallah.
Foto de Carol Beckwith e Angela Fisher
As fotógrafas Beckwith e Fisher realizaram um autêntico trabalho antropológico durante os trinta anos que levaram fotografando as cerimônias da África.
Aproveitando a desvantagem aparente de sua condição feminina e graças à sua adversidade, conseguiram ganhar a confiança dos homens e mulheres das diversas tribos que visitaram, aceitando registrar sua vida cotidiana e seu mundo espiritual de uma maneira que nenhum homem conseguiu antes.
