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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Festa de mascaras Dogon - Mali

Awa, a associação de máscaras dos Dogon, conjuga antílopes e outros animais.
Encabeçados pela máscara Kanaga, ela "dança o sistema do mundo", a partir da imagem da cerimônia do Sigui (de fertilidade e renovação de força vital) é o sistema do mundo se movendo em cores.
A mascara Kanaga, que significa "pássaro", embora sua forma tenha sugerido primeiramente, no Ocidente uma cruz, pertence à associação funerária.
O outro exemplar é uma "máscara de madeira cam chifre de antílope".
Apesar da semelhança com máscaras dos Bambara - com quem de fato os Dogon partilham de uma mesma tradição plástica e cultural – ela tem tudo para ser um autêntico exemplar dogon, não apenas pelo estilo, motivos decorativos, mas, sobretudo pelo tipo de talhe, e pelo procedimento técnico de corte e modelagem escultural.
Os Dogon são um dos inúmeros grupos étnicos que habitam o altiplano central do Mali.
Seu passado e legado são transmitidos através de suas tradições orais. Há suposições de que o seu lugar de origem se encontrava às margens oeste do Rio Níger, entre os séculos X e XIII.
A falésia de Bandiagara, no Mali, é uma fratura geológica de aproximadamente 200 km de extensão. Localizada entre a savana e a planície do Rio Níger, serviria então como refúgio natural para os Dogon: suas paredes escarpadas de rocha ofereciam proteção e abrigo, por camuflarem perfeitamente as casa Dogon.
Construídas da mistura de argila, palha e esterco bovino, elas eram e ainda são quase indistinguíveis à distância.
Esse mimetismo, nada casual, em uma topografia belicosa, era de fato ideal. Erguidas junto às paredes mais altas do penhasco, essas casas só eram acessíveis através da escalada da rocha (algumas ainda o são), sobretudo aquelas que serviram de objeto para a ocupação inicial.
O terreno, aqui e ali pontilhado de pedras soltas, dificultava a escravização de seus membros por grupos de cavalaria.
E, do alto da falésia, a vista privilegiada sinalizava a aproximação da ameaça quando ela ainda poderia ser evitada ou seu impacto, minimizado.
A região também propiciava recursos hídricos, provenientes do arenito, mineral capaz de armazenar água durante toda a estação de seca. E, nas partes mais baixas da escarpa, os riachos e regatos serviam para coleta da água durante a breve estação das chuvas.
Estes elementos representavam algumas vantagens indiscutíveis para estes, que tinham a enxada como ferramenta principal de subsistência e não se valiam de animais de carga para o arado.
Os Dogons chegaram à falésia por volta do século XV, época da expansão do Império do Mali. Mas o local já era habitado por outros povos.
Há registros de habitantes na falésia desde 3000 anos a.C. Os Telem que foram absorvidos pelos Dogon por influências recíprocas ou obrigados a se deslocarem, deixaram, além de outros, o grande legado das cavernas.
Nelas se encontra o local mais sagrado para os Dogons, abrigando sepulturas e pontilhando a verticalidade da falésia. Foram erigidas em seus pontos mais altos, só acessíveis aos mais hábeis escaladores através de cordas feitas da fibra do Baobá.