Legba é provavelmente originário dos iorubás da Nigéria.
Ele poderia ter sido um feiticeiro, chamado Ijebu, dos arredores de Ilê-Ifé, ou descendente do primeiro rei de Ketu, o Alaketu, ancestral do povo Egba.
Léo Frobenius, o explorador alemão que se interessou desde cedo por essa região, e considerado o descobridor da arte de Ilê Ifé, escreveu que Exu teria vindo do oeste, do sol levante de Ifé e que havia uma tendência em confundi-lo com Elegba, uma divindade fálica do sul da Nigéria.
Origens Míticas
Os mitos fornecem alguns esclarecimentos sobre o nascimento de Legba e de sua surpreendente precedência em todas as cerimônias apesar de seu lugar de soldado dentro da confraria.
Um dos mais famosos conta assim:
Mawu, o ser supremo, convocou os vodus, pois ela queria envia-los para a terra.
Legba foi o primeiro a apresentar-se, sem se preocupar de providenciar um presente, e vestindo apenas uma pluma sobre a cabeça.
Mawu ficou aborrecida e mandou ele embora.
Desgostoso, Legba desceu a Terra, sem instruções, e sem rumo.
Errou por lugares desconhecidos, sem saber o que fazer.
Pelo conhecimento que tinha das línguas de ambos os mundos, o das divindades e dos humanos, ele tirou proveito desta situação, tornando-se o seu mensageiro.
Outros mitos mostram que Legba poderia ter sido, não aquele que nasceu por ultimo, o favorito de Mawu, mas ao contrario, seu primeiro filho, uma criança deformada que teria precedido o ciclo das crianças sadias.
Quem quer que ele seja sua vinda é sempre vista sob a ótica do truque, da rapidez de espirito, da inteligência, da ordem não estabelecida e de algo que se reverte a seu proveito.
Ele se apresenta sempre roubando ou tentando roubar o lugar dos outros. É um ser que cria constrangimentos, algo marginal.
Legba
Entre os fon e os ewê, Legba possui um aspecto eminentemente fálico.
Seus iniciados, os Legbasi, transportam os fetiches de Legba, compostos de uma complexa parafernália onde predominam cabaças e pequenas esculturas fálicas, para onde quer que forem.
Eles vestem um saiote de ráfia tingida de roxo.
Costumam segurar um cetro, na forma de falo esculpido madeira (ogo), que gostam de esfregar no nariz dos turistas durante as festas públicas.
Legba pode ser encontrado em todos os templos, pois é ele quem "abre os caminhos" para que os outros vodus possam entrar.
O Legba guardião dos templos, das aldeias e casas particulares.
Seu sacrário tem a forma de um montículo de barro de onde sai um enorme falo ereto.
É uma entidade eminentemente social (Agbo-Legba).
Ha um Legba feminino (Assi-Legba ou Legbayonu) protetor das mulheres e crianças da comunidade.
E ha também a mulher de Legba chamada de Awovi (cujo nome significa "filha do engano" e representa os acidentes), representada por uma estatueta de barro, sem cabeça e com os olhos no lugar dos seios e boca na altura da vagina.
Essa figura é geralmente maior do que a de Legba.
Minona e Ayizan (representação divinizada dos poderes mágicos atribuído às mulheres), também são consideradas esposas ou mães de Legba.