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domingo, 20 de novembro de 2011

Mulher Fanti com penteado tekua - Elmina, Gana

Se eye ndzeye pa enum yi a, na eye barima
Reúna as cinco virtudes, e ai serás um homem
proverbio Fanti

Ha nobres verdades e nobres caminhos.
Ha mandamentos e evangelhos.

Em Gana, entre os Fanti, ha cinco virtudes:

Enyimnyam, Dignidade.
Awerehyemu, Confiança.
Akokodur, Coragem.
Ehumbobor, Compaixão.
Gyedzi, Fé.

A histórica capital Axantcom seu mercado impregnado de cores e aromas, é o ponto de partida para a Costa do Cabo, "Cape Coast", a capital da Costa do Ouro.
Este foi o enclave onde os navegantes lusitanos fincaram bases abrindo a famosa via marítima das Índias ao redor da África e iniciaram as primeiras relações comerciais com a população local, da etnia Fanti.
Os Fanti vivem ao longo da Costa na região de Elmina e Costa do Cabo.
Vivem da pesca, tanto para seu consumo como para o comercio com os povos do interior. São caçadores, mas as florestas depauperadas já não apresentam melhores oportunidades para a caça.
Os grandes mercados são operados principalmente pelas mulheres que detém o poder econômico, enquanto os homens dedicam-se a pesca, a caça e a agricultura. Ambos os sexos participam no trabalho do campo.
Falam a língua Twi, que é um ramo da família Niger-Congolesa pertencente à família Niger-Cordofaniana.
A estrutura familiar é matrilinear, a herança e sucessão são determinadas pela descendência materna.

Religião

Fazem parte do grupo étnico Akan que acredita num ser supremo, que adquire vários nomes dependendo da região onde é cultuado.
Na sua mitologia esse Deus já conviveu com os humanos, mas retirou-se para o céu, por ser desrespeitado por uma mulher que cutucava o céu sem parar com seu pilão.
Não ha sacerdotes para servi-Lo diretamente, e as pessoas acreditam que podem fazer contato direto com o divino.
Ha numerosos deuses (abosom) que recebem o poder do supremo em contato com o mundo natural. Deuses do oceano, dos rios e vários outros.
Os sacerdotes cultuam espíritos e fazem uma ligação entre os deuses e os humanos.
A maioria deles participa das rezas diárias, que inclui sacrifícios e oferendas tanto para os ancestrais quanto para os espíritos da natureza.
A terra é considerada uma divindade feminina e está diretamente conectada com a fertilidade e a fecundidade.

Historia

De acordo com a tradição oral, os Fanti estabeleceram-se na região por volta do século XVII DC.
Os estados de Dogomba e Mamprussi floresceram ao norte de Gana durante os séculos XII y XIII, enquanto os de fala Akan, Axante e Fanti, emigraram da savana e formaram uma serie de pequenos estados abaixo da linha florestal.
Os portugueses foram os primeiros europeus a estabelecer-se, a partir do século XV, no território da atual Gana, dedicando-se à exploração do ouro e ao comércio de escravos.
Durante os séculos XVI e XVII, o domínio sobre a chamada “Costa do Ouro” seria partilhado entre traficantes de escravos e comerciantes provenientes da Inglaterra, Holanda e Alemanha.
Em 1821, a Inglaterra assumiria o controle dos principais pontos de comércio da região, assinando, em 1844, um acordo com os chefes da etnia Fanti, fato que serviria de base para a implantação do domínio colonial britânico.
No principio do século XVIII, os Fanti formaram uma confederação, como forma de protegerem-se contra as incursões dos Axantis vindas do interior do pais.
Isso precipitou varias guerras. Os Fanti foram ajudados pelos ingleses que, todavia, acabaram por destruir a forte confederação de comercio Fanti, que ameaçava a sua hegemonia na costa.
Em 1874, uma junta formada pelos exércitos Fanti e britânico, derrotaram os Axantis, e nesse mesmo ano tornaram-se parte da colônia britânica da Costa do Ouro.
Em 1901, depois de prolongado período de lutas contra as tribos da etnia Asanti, a presença inglesa seria finalmente consolidada.

O Castelo de São Jorge Da Mina

Na África ocidental, o sal e a comida dominavam o comércio no deserto de Saara (sahr, em árabe significa deserto), e incluía também ouro, marfim, penas de avestruz, casco de tartaruga e peles.
Quando os árabes chegaram à África, o comércio aumentou por causa do camelo.
Os camelos eram vitais porque eles podiam viajar mais de 100 km por dia, isto é, duas vezes mais do que os bois de carga ou os cavalos, e também podiam resistir ao calor do dia e ao frio da noite.
Os berberes estavam envolvidos no comércio de longa distância.
Os comerciantes árabes compravam o ouro da antiga Gana - a terra do ouro, e financiavam as caravanas berberes. Desta forma, o Islão se espalhou muito rapidamente e as transações comerciais ficaram bem mais fáceis.
A expansão do comércio muçulmano pelo deserto depois de 750 d.C. deu um novo e maior incremento à região.
A meta dos portugueses era transformar seu pequeno estado europeu em um vasto império afro-indiano.
A presença dos portugueses na África ocidental e central objetivava nada menos do que construir um império na África, desde o ocidente até o oriente - do oceano Atlântico até o oceano Índico - uma grande rota que cruzasse o continente e que serviria diretamente como um caminho imperial que se conectasse com o império indiano.
O império afro-indiano era o grande projeto de Portugal.
A corte de Lisboa tinha planejado bem. Para um estado tão pequeno como Portugal, uma ambição maior do que o continente europeu.
E, então, ousando o suficiente para operacionalizar o plano, isto obrigou a um grau de organização e coragem que possibilitou a muitos pequenos grupos de homens seguirem adiante, conquistando e dominando.
Portugal esperava que, ganhando acesso direto às regiões produtoras de ouro da África ocidental, o metal iria se transformar em sua maior fonte de riqueza nacional.
Uma vez conquistado o acesso à África ocidental, a riqueza financiaria as explorações até a ponta da África, e dali até a Índia.
Finalmente, ao alcançar a Índia, via sul, os portugueses desviariam as rotas comerciais da Ásia ocidental, controladas pelos muçulmanos.
Sob as ordens do Vaticano, os portugueses navegaram ao longo da costa da África ocidental, ocupando inúmeros portos.
Os primeiros portugueses não eram comerciantes ou aventureiros particulares, e sim oficiais com a missão real de conquistar o território e promover a divulgação do cristianismo.
Em 1434, Gil Eanes ousou navegar além do mar onde o oceano Atlântico supostamente terminava e os navios lançavam-se ao vazio, e em 1488, os portugueses chegaram à desembocadura do grande rio Congo na África ocidental.
Primeiro chegaram à costa africana ocidental em 1470.
Com a subida ao trono de D. João II (1481-1495), este soberano determinou a construção de um novo entreposto, uma feitoria portuguesa no Golfo da Guiné constituída por uma fortaleza e uma povoação.
Pelo tratado de Alcaçovas, a Espanha reconheceu o direito de Portugal explorar a costa africana e o Papa concedeu indulgências àqueles que tivessem tomado parte na construção de uma fortaleza.
Ali construíram um forte chamado Elmina (a mina) para proteger seu entreposto comercial dos navios europeus rivais e a navegação dos portugueses na costa ocidental de África.
Corresponde atualmente à cidade de Elmina na Republica de Gana.
Para esse fim, nos primeiros meses de 1482 uma expedição de onze navios partiu de Lisboa, sob o comando de Diogo de Azambuja, transportando uma tropa de 600 homens e material pré-fabricado como lastro nos navios.
Outras fontes apontam a data de partida como 12 de Dezembro de 1481 e o efetivo como 700 homens.
São Jorge da Mina, seu nome completo, personifica a natureza religiosa e comercial dos europeus do século XV.
Ali passaram a ser trocados trigo, tecidos, cavalos e conchas (“zimbo”), por ouro (até 400 kg/ano) e escravos, estes com intensidade crescente a partir do século XVI.
Ao abrigo da fortificação-feitoria desenvolveu-se um núcleo urbano geminado, informalmente denominado como “Duas Partes”, um habitado por europeus, outro por nativos.
A povoação de São Jorge da Mina recebeu Carta de Foral em 1486.
O Castelo de São Jorge da Mina, também designado por Castelo da Mina e posteriormente por Fortaleza de São Jorge da Mina, Fortaleza da Mina, ou simplesmente “El Mina”, localiza-se na atual cidade de Elmina, no Gana, no litoral da África Ocidental.
Uma das mais antigas fortificações europeias ao Sul do deserto do Saara (a mais antiga ainda existente) teve primitivamente a função de assegurar a soberania e o comércio de Portugal no Golfo da Guiné.
A Mina constituiu-se no principal estabelecimento português na costa africana, fonte da riqueza que alimentou a economia nacional até se iniciar o ciclo da Índia, após 1498.
Posteriormente, com o aumento do tráfico Atlântico de escravos, o forte readquiriu importância como um depósito, onde os cativos eram mantidos à espera de transporte para o Novo Mundo.