Os ourives em Ana, uma comunidade Kyaman, trabalham ativamente nesse oficio desde a segunda metade do século vinte.
Mas sua tradição é antiga. Ha relatos de exploradores do século XIX, descrevendo sua arte.
"Colunas finamente entalhadas" foram descritas pelo viajante chamado Hecquard, ao visitar as comunidades Abure, Gwa e Kyaman ou Ebrie por volta de 1900.
Ebrié Kyaman, Povo das Lagoas
O povo Kyaman Ebrie, Tshaman vive na região da lagoa oriental a sudoeste da Costa do Marfim.
Essa pequena área contém uma dúzia de povos que falam em torno de 15 línguas conhecidas por lagunares.
O povo Akan é formado por um conjunto de povos divididos ao longo da fronteira oriental, centro e regiões lacustres da atual Costa do Marfim.
O primeiro grupo é composto pelos povos Abron e Agni, o segundo pelos Baule, e o terceiro pelos povos das lagoas.
Os Abron, procedentes de Akwamou, foram os primeiros a instalar-se, em meados do século XVII, no pais de Bondokou.
Os Agni partiram do pais de Anyuan-Anyan no atual Wassa Amenfi reino dependente de Denkyra.
Emigraram sob a liderança de Ano Asseman em 1701, tempo em que os povos Axante e Denkira estavam em guerra.
Fundaram Aowin ou Ebolosa de onde se dispersaram em vários grupos.
Os Agni Brafê ocuparam o pais entre Comoé e Tanoé constituindo a origem do poderoso estado do Sanwi.
Os Agni Moronu na região dos Bonguanu, os Agni Bini e os Agni Bona na margem direita do Comoé e o sul da região de Tanda, os Agni Ndenie na dos Zaranu e Abenguru.
Os povos Baule resultaram de duas ondas migratórias que partiram sucessivamente do Denkyra e dos Axantes, entre os anos 1701 e 1750.
A segunda migração foi conduzida pelo famoso reino de Poku que, de acordo com a lenda, devia oferecer seu único filho em holocausto pela travessia do rio Comoé.
Os grupos lagunares são os antigos Akan, que se instalaram nas florestas orientais e costeiras nos meados do século XV.
São compostos essencialmente pelos Kyaman ou Ebriês, pelos Avikam ou Brinhans, Alladiãs, Aburês, Abbeys, Essumas, Nzimas ou Appolonianos.
O povoamento dos diferentes povos na Costa do Marfim foi estabelecido somente no século XIX, quando a Europa lançou seu grande movimento de expansão colonial.
Após o período colonial, os povoamentos foram determinados pela expansão da economia agrícola mesclando-se com aquela dos agricultores locais, principalmente na região florestal oeste e também pelo desenvolvimento de cidades.
A historia do povoamento da Costa do Marfim revela uma grande unidade sob a aparente diversidade dos grandes grupos etno-culturais.