Seguidores

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Noiva muçulmana - tribo Afar, Etiópia

Essa noiva muçulmana pertence à família do sultão de Tadjourah.
Sua beleza é realçada por essas exóticas joias de ouro.
Essas maravilhas vêm de lugares distantes como da Arábia Saudita, Iêmen, Paquistão, e Índia.
O triângulo de Afar que fica na interseção da Etiópia com o Djibuti e Eritreia é o território da maioria da população Afar, uma tribo de origem etíope.
O povo é nômade e desloca-se pela região de Danakil, em busca de pastagens para seus animais, e também para buscar sal em quantidade para vender.
Os afar são conhecidos pelo nome de danakil em árabe, um termo pejorativo, e como adal na língua amárica. 
Os homens são guerreiros virtuosos, rápidos e vingativos.
De fato a vingança é prova final de honra e a maior demonstração de valor viril. 
As mulheres marcantemente belas nem pensam em namorar alguém que não tenha matado outro homem.
Esperam encontrar um marido que use uma pulseira de ferro indicando que já tenha matado mais de dez pessoas. 
Elas pastoreiam seus rebanhos, formados por cabras e ovelhas. 
Os povoados consistem de tendas que eles carregam pelo deserto mais inóspito do mundo, dispersas por todo esse território árido. 
Eles transportam sal para trocar com povos da costa de Djibuti e Eritréia.
A língua afar, conhecida também como afaraf, danakil e denkel, é do grupo cuxita.
Utilizada por cerca de 500.000 pessoas na Etiópia, mais de 300.000 na Eritréia (9% da população) e por mais de 300.000 pessoas em Djibuti, ainda por grupos da Somália. 
Sua religião era animista, mas atualmente é islâmica. Apenas uma pequena parte pratica o cristianismo.
A beleza do povo e seu complexo sistema social tem sido objeto de interesse e de aguçada discussão. 
A condição de liberdade dentro do casamento para experiências com outros parceiros, tanto para os homens como para as mulheres e a manutenção da tradição da circuncisão feminina são algumas dessas contradições. 
A excisão feminina, este sacrifício imenso imposto para a maioria das mulheres, revela um universo intrincado. 
Alterar o quadro e o curso desses eventos antiquíssimos é um processo lento e delicado, e que exige um entendimento mútuo do casal. 
O desemprego analfabetismo e a violência se alastram entre esta tribo muçulmana de origem etíope. 


O mercado de Sembete


Sembete é o maior ponto de encontro da etnia Afar na região. Este orgulhoso povo de pastores guerreiros, também conhecidos por Danakis, estão espalhados num território que compreende Djibuti, Eritréia e Etiópia. 
Calcula-se que metade da população permanece nômade, mantendo assim sua tradição.
Todos os sábados pela manhã, as tribos dos territórios da região se reúnem em Sembete.
Chegam a cavalo, a pé, de mula ou bicicleta. 
Os povos da montanha trocam mercadorias com os povos do vale.
Gado, objetos de couro, leite e manteiga por galinhas, ovos, cereais, especiarias. 
Há os que trazem o sal do deserto para o escambo.
Afar, Konsos e Oromos encontram-se no mercado, concretizando uma experiência inesquecível.
O dia do mercado requer o traje a rigor. 
Os homens vestem o "foutah", uma espécie de sarongue, e usam a sua "jile", uma faca curva. 
As mulheres exibem belas joias e, a parte delas, traja uma saia longa.


Foto de Carol Beckwith e Angela Fisher


As fotógrafas Beckwith e Fisher realizaram um autêntico trabalho antropológico durante os trinta anos que levaram fotografando as cerimônias da África. 
Aproveitando a desvantagem aparente de sua condição feminina e graças à sua adversidade, conseguiram ganhar a confiança dos homens e mulheres das diversas tribos que visitaram, aceitando registrar sua vida cotidiana e seu mundo espiritual de uma maneira que nenhum homem conseguiu antes.