Seguidores

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Sakpata, o deus da varíola - Dassa-Zoumé, Benim

Na entrada da cidade de Dassa, vindo de Cotonu, uma gruta no meio da colina abriga o santuário de Sakpata, conhecido como o deus da varíola.
Todos os anos, os adeptos do culto iwin ou vodun, reúnem-se para rezar sob a égide do sacerdote supremo desta região.
Esta manifestação acontece em janeiro aos pés de Sakpata, o deus justiceiro que cura as doenças e cobre o mundo de bem estar.
A varíola já foi uma doença incurável e grave que cobre o corpo com pústulas, favorecendo a decomposição da pele.
Para cura-la, o paciente é levado ao isolamento, longe da população e acompanhado por um sacerdote de Sakpata e de alguns adeptos.
"Se o paciente for puro de alma, ele poderá regenerar-se miraculosamente, mas se for algum feiticeiro, seu corpo será abandonado aos abutres."
Sakpata foi rei de Savalu, cidade dominada por invasores Aja vindos do sul.
Foi o único rei que preferiu o exílio a render-se aos conquistadores do Daomé.
Seu culto foi trazido para o Daomé por Agajá, no século XVIII, vindo da aldeia de Pingine Vedji na cidade de Dassa Zoumé.
A crença nessa poderosa divindade foi incorporada pelos sacerdotes da população do Abomey.
A luta de resistência ao monarca do povo invasor obteve força ideológica no culto de Sakpata.
Tal quais os judeus, cativos na África, deram a entender que as sete pragas do Egito eram um castigo de Jeová, o povo de Danxome entendeu que a divindade ancestral Sakpata, castigava com as epidemias de varíola o despotismo do rei que não representava mais os interesses das velhas linhagens locais, e os desvios provocados nas tradições pela dominação estrangeira.