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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Bouabré (1923) - Artista da Costa do Marfim

Arte africana contemporânea

Nasceu em 1923 em Zéprégüé, Costa do Marfim.
Todo o trabalho de Frédérick Bruly Bouabré tem origem numa experiência reveladora em 11 de Março de 1948, os céus abriram-se perante mim e sete sóis coloridos descreveram um círculo ao redor da sua Mãe-Sol. Eu tornei-me Cheik Nadro: Aquele que não esquece. '
A partir de então Bruly Bouabré tocou todos os campos do conhecimento e recolheu a sua pesquisa em manuscritos sobre artes e tradições, poesia, lendas, religião, estética e filosofia, mostrando ser um incrível pensador, poeta, enciclopédico e criador.
Buscando uma forma de transmitir este conhecimento do povo Bete, bem como o conhecimento de todo o mundo, inventou um alfabeto de 448 pictogramas monossilábicos de forma a representar sílabas fonéticas.
Esta tarefa trouxe-lhe a reputação lendária de ser um Champollion, referência ao grande académico e linguista Jean-Paul Champollion (1790-1832), que descobriu a chave para a compreensão dos hieróglifos egípcios.
O alfabeto de Bouabré que pode transcrever todos os sons humanos, reflete a essência do seu pensamento: atingir a universalidade e unir a humanidade.
Nos anos 70, Bouabré começou a transferir o seu pensamento para centenas de pequenos desenhos em forma de postal, usando esferográfica e lápis-de-cor. Estes desenhos, juntos sob a designação de Connaissance du Monde (Conhecimento Mundial), formam uma enciclopédia de conhecimento universal.
Outros projetos como Readings from Signs Observed in Oranges 1988, servem de registro visionário do divino.
Para Frédéric Bruly Bouabré, os seus desenhos são "a representação de tudo o que é revelado ou ocultado sinais, pensamentos, sonhos, mitos, a ciência, as tradições" - e ele vê o seu papel como artista como um chamamento
Agora que somos reconhecidos como artistas, o nosso dever é organizar a sociedade, e assim criar condições para a discussão e a troca entre os que adquirem e os que criam. “Daí poderá resultar uma feliz civilização mundial.”