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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Congadas - Ternos de Congo

A congada é de origem africana, composta de música, encenação, dança e versos declamados improvisadamente.
Foi usada pelos padres jesuítas na catequese do negro escravo, daí estar presente na congada tantos elementos religiosos.
Esses folguedos aparecem na forma de cortejos, onde os participantes, cantando e dançando, em festas religiosas ou profanas, homenageiam a São Benedito.
São Benedito, é o santo negro que traz nos braços o menino Jesus e é venerado por grande parte da população brasileira.
Por ter sido cozinheiro no convento Franciscano de Santa Maria, em Palermo (Itália) é considerado o patrono da arte culinária.
As donas de casa recorrem a ele para que não falte comida em casa, os que sofrem de males de estômago para que a comida não lhes faça mal e outros.
Muitos destes folguedos cumprem também um papel auxiliar no catolicismo popular, ajudando tantos e tantos devotos a cumprir suas promessas.
Sua instrumentação varia em cada região, havendo destaque para a percussão, estimulando muitos momentos de bailados vigorosos e manobras complicadas.
Há congos de sainhas, com grande quantidade de caixas, com chapéus de fitas, com manejos de bastões e espadas (alguns grupos exibindo exemplares dos Exércitos dos tempos do Império e início da República).
Às vezes, possuem reinado (rei, rainha, vassalagem) envolvendo parte dramática, com embaixadas e lutas.
Dentre estes, as mais completas são as congadas do Litoral Norte (Ilhabela e São Sebastião), por suas estruturas complexas e presença das marimbas.
A Companhia de Jesus, usou essa prática, que fazia parte dos rituais africanos, transformando-a numa manifestação religiosa.
Foram introduzidos elementos europeus da tradição medieval católica.
A congada é frequentemente composta de dois grupos que simbolizam os guerreiros cristãos e os guerreiros mouros.
As mais frequentes realizam-se na festa de São Benedito, mas também ha congadas durante as festas de Santa Efigênia e de Nossa Senhora do Rosário.
Criada no Brasil durante o período da escravidão, a coroação dos reis do Congo foi a principal manifestação cultural africana do período colonial.
Reconhecida pela Igreja e pelos senhores de engenho, a festa consistia numa procissão que acabava numa igreja (as preferidas eram as de irmandades de negros) onde acontecia a cerimônia de coroação do rei e da rainha do Congo.
Durante a caminhada, escravos rurais e urbanos, negros alforriados e mestiços realizavam cantos, embaixadas, jogos de capoeira e danças africanas.
As congadas atuais são originárias dessas coroações. Realizadas em território nacional de maneiras diversas e mescladas a outras festas, elas basicamente compõem-se de autos teatrais, embaixadas, desafios, repentes e maracatus.
A maior parte delas já não realiza a cerimônia principal e os reis participam da manifestação já coroados.
O casal é formado por personagens históricos: a rainha Ginga, uma variação de Njinga Nbandi, nome de uma rainha de Angola, rival do rei de Cariongo, atual Luanda.
Ironicamente, os inimigos se transformaram em marido e mulher.