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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Fé e sacerdócio entre os Bantos

Entre os povos do Baixo Congo, há uma cerimonia de iniciação de jovens nos mistérios da religião, chamada Nkimba.
Cada vilarejo desta região tem um recinto cercado chamado Nkimba, uma área emparedada de quatro mil metros quadrados no meio de uma densa mata.
Dentro dessa área enclausurada ficam as cabanas dos Nganga e de seus assistentes, bem como as de seus iniciados.
Nesse local só é permitida a entrada de alguém acompanhado, até mesmo os iniciados.
Ai se aprende e se fala uma língua ritual usada para propósitos religiosos para que não seja compreendida por estranhos.
Nessa parte do Congo esse oficio religioso recai sobre um individuo de maneira bastante acidental, porque a sorte designou-o para ser diferente dos demais de alguma forma.
Cada atitude, habilidade ou grau de poder é atribuído a algum poder sobrenatural.
Pela destreza na caça, sucesso na pesca ou bravura na guerra, enfim por alguma bem-aventurança, é que o futuro Nganga começa a sua carreira.
Ele é encarado como detentor de algum encanto, ou de gozar da proteção de algum espírito.
Como recompensa de sua sabedoria espiritual, o Nganga faz revelações a quem necessitar através de encantamentos e fetiches, consistindo de uma série de elementos da natureza (plantas, pedras, conchas, etc.) que ele costura num saquinho.
O fetiche pode ser feito de qualquer artigo chamativo, ou pela forma ou pelo seu conteúdo, e até mesmo algo sonhado, que pode ser abstrato e representar o espírito.
No território costal do Kroo, um dente de leopardo é extremamente valioso para a fabricação dos fetiches.
Os negros Cabinda usam correntes atadas ao pescoço contendo uma concha marrom selada com cera, na qual feiticeiro colocou algum preparo para a sua proteção.
Em posse desses amuletos o consultante detém a proteção dos espíritos que o Nganga também possui.
O Nganga ou feiticeiro, (homem do fetiche), carrega em sua sacola uma série de artigos com os quais faz seus amuletos.
O feiticeiro tanto pode utilizar a força de seu protetor, quanto à de algum outro espirito, e atrai-lo para dar força a um objeto através de seus encantamentos.
Diz-se que com esses objetos uma pessoa está protegida para atravessar as perigosas águas do rio Congo.
E prevenida contra alguma flecha envenenada, algum búfalo feroz, o veneno de uma víbora, etc.
Um Moloki, (espirito) pronto para fazer um homem cambalear, também pode ser detectado pelo poder de um Nganga.