Seguidores

segunda-feira, 26 de março de 2012

Agbagudu – Antílope


Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade. 

Nome comum: Antílope Roan ou hippotrague, Palanca vermelha, etc.
Nome científico: Hippotragus equinus.
Nome ioruba: Agbagudu

A palanca-vermelha (Hippotragus equinus) é uma espécie de antílope de coloração marrom-avermelhado.
O termo palanca é uma designação comum aos antílopes do gênero Hippotragus, originários da África.
Encontrado no Parque Nacional de Zakouma, no Chade, também no Parque Nacional de Niokolo-Koba, no Senegal.
Palahala, dizem os Suaíli, mbarapi chamam-lhe os Kiswahili; os ingleses difundiram o conhecimento da espécie sob o nome de Sable Antelope, os portugueses, denominam palanca-negra.
Todos estes nomes vulgares dizem-se na Zoologia através de um só, de valor e utilização internacionais - Hippotragus niger.
Se palanca é de origem obscura, já não é o Hippotragus, palavra que deriva da aglutinação das raízes gregas latinizadas hippo = cavalo+ tragus = bode, antílope.
Dos hipotragos existiam, até há pouco tempo, mais duas espécies, ambas também com nomes portugueses que as distinguem com base na cor: a palanca-ruana ou palanca-vermelha, com 4 subespécies) e a palanca-azul (H. leucophaeus PALLAS, 1766).
Infelizmente, esta última, outrora abundante no Cabo (África), foi inteiramente exterminada pelo Homem em 1799: restam apenas alguns espécimes¦ empalhados.
O Hippotragus niger é encontrado nos bosques abertos e savanas, desde a costa do Quênia, até Angola Central, estendendo-se até ao Sul de África, em populações dispersas que somarão cerca de 54000 indivíduos.
Partes desta palanca angolana são trazidas para a Europa desde a primeira década de 1900, tão magnífico é este ruminante.
Trata-se de uma palanca-negra de cornos extraordinariamente longos e robustos, que chegam a atingir mais de metro e meio de comprimento, formando, cada um, uma semicircunferência pela sua curvatura de orientação ântero-posterior, ao jeito de certas cabras (Capra spp.).
A ausência da lista branca na fronte (característica da espécie), deixando apenas uma marca branca isolada perto do olho, e a presença de manchas negras em redor da boca e debaixo dos olhos, tornam as zonas facial e naso-frontal do focinho deste antílope-cavalo completamente negras.
Os angolanos indígenas chamavam a esta palanca sumbakaloko (dialeto Luimbe) e kolowah (no dialeto Songo); os colonos portugueses tratavam-na por palanca-preta, sendo hoje também apelidada de palanca-negra-gigante ou palanca-negra-real, ou, ainda, apenas palanca-real ou palanca-gigante.
A palanca-real acabou por ser alvo de chacina por parte do Homem, mais que não fosse para troféu coroado de chifres anelados e inigualavelmente gigantes e majestosos (donde os nomes vulgares portugueses palanca-real e palanca-gigante).
Atualmente não sobrevivem mais de 1000 exemplares de Hippotragus niger ssp. variani, distribuídos pela Luando Reserve e pelo Kangandala National Park, em Angola, país do qual este famoso mamífero se tornou símbolo nacional.
Segundo os geneticistas, é necessário um número mínimo de 250 a 500 indivíduos para se possuir uma população potencialmente capaz de manter uma variabilidade geneticamente aceitável durante pelo menos 200 anos, pelo que a palanca-preta de Angola está perigosamente perto de um limite que a poderá fazer seguir os passos da palanca-azul do Cabo.

Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.

Os animais selvagens e suas partes constituem os ingredientes essenciais na preparação de remédios na medicina tradicional.
Apesar de serem utilizados amplamente para tratar uma variedade de doenças, muitos desses produtos retirados da vida selvagem são usados nas cerimônias, práticas religiosas e nos fetiches.
De fato, a medicina baseada no uso de animais sempre desempenhou um papel importante nas práticas de cura, rituais mágicos e nas sociedades religiosas por toda parte.
Todas as civilizações com sistemas medicinais bem estruturados utilizaram animais como remédios.
Estima-se que dos 252 elementos químicos essenciais selecionados pela Organização Mundial de Saúde, 8.7% são de origem animal.
A África vangloria-se de possuir uma longa tradição no uso de plantas e animais para propósitos medicinais.
As curas tradicionais existem bem antes do advento da medicina ortodoxa mais moderna, e as pessoas dependeram amplamente dela como a única fonte de saúde e bem estar.
Ela continua sendo praticada hoje em dia na Nigéria e convive lado a lado com a medicina contemporânea, onde os tradicionais curandeiros atuam e continuam fazendo suas descobertas para curar as principais doenças nessa sociedade.
Essas descobertas fundamentam-se nos esforços consistentes dos curandeiros para erradicar as doenças perigosas que tem assolado a sociedade nos tempos recentes e que muitas vezes parecem incuráveis pela medicina ortodoxa.

Possui vários usos na medicina e feitiçaria ioruba:

Reumatismo
Ossos desse animal
Fraturas ósseas
Ossos desse animal

Fonte:
Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.
Publicado no African Journal of Agricultural Research Vol. 3, pp. 421-427, Junho de 2008
Soewu, Durojaye A
Department of Plant Science and Applied Zoology, Faculty of Science Olabisi Onabanjo University, P. M. B 2002, Ago-Iwoye, Ogun-State, Nigeria.

Etnozoologia: Ramo da Zoologia que estuda o papel tradicional de certos animais na vida e folclore de determinada raça ou povo.