Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre
os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.
Nome comum: Antílope Roan ou hippotrague, Palanca vermelha,
etc.
Nome científico: Hippotragus equinus.
Nome ioruba: Agbagudu
A palanca-vermelha (Hippotragus equinus) é uma espécie de antílope
de coloração marrom-avermelhado.
O termo palanca é uma designação comum aos antílopes do
gênero Hippotragus, originários da África.
Encontrado no Parque Nacional de Zakouma, no Chade, também
no Parque Nacional de Niokolo-Koba, no Senegal.
Palahala, dizem os Suaíli, mbarapi chamam-lhe os Kiswahili;
os ingleses difundiram o conhecimento da espécie sob o nome de Sable Antelope,
os portugueses, denominam palanca-negra.
Todos estes nomes vulgares dizem-se na Zoologia através de
um só, de valor e utilização internacionais - Hippotragus niger.
Se palanca é de origem obscura, já não é o Hippotragus,
palavra que deriva da aglutinação das raízes gregas latinizadas hippo = cavalo+
tragus = bode, antílope.
Dos hipotragos existiam, até há pouco tempo, mais duas
espécies, ambas também com nomes portugueses que as distinguem com base na cor:
a palanca-ruana ou palanca-vermelha, com 4 subespécies) e a palanca-azul (H.
leucophaeus PALLAS, 1766).
Infelizmente, esta última, outrora abundante no Cabo
(África), foi inteiramente exterminada pelo Homem em 1799: restam apenas alguns
espécimes¦ empalhados.
O Hippotragus niger é encontrado nos bosques abertos e
savanas, desde a costa do Quênia, até Angola Central, estendendo-se até ao Sul
de África, em populações dispersas que somarão cerca de 54000 indivíduos.
Partes desta palanca angolana são trazidas para a Europa
desde a primeira década de 1900, tão magnífico é este ruminante.
Trata-se de uma palanca-negra de cornos extraordinariamente
longos e robustos, que chegam a atingir mais de metro e meio de comprimento,
formando, cada um, uma semicircunferência pela sua curvatura de orientação
ântero-posterior, ao jeito de certas cabras (Capra spp.).
A ausência da lista branca na fronte (característica da
espécie), deixando apenas uma marca branca isolada perto do olho, e a presença
de manchas negras em redor da boca e debaixo dos olhos, tornam as zonas facial
e naso-frontal do focinho deste antílope-cavalo completamente negras.
Os angolanos indígenas chamavam a esta palanca sumbakaloko
(dialeto Luimbe) e kolowah (no dialeto Songo); os colonos portugueses
tratavam-na por palanca-preta, sendo hoje também apelidada de palanca-negra-gigante
ou palanca-negra-real, ou, ainda, apenas palanca-real ou palanca-gigante.
A palanca-real acabou por ser alvo de chacina por parte do
Homem, mais que não fosse para troféu coroado de chifres anelados e
inigualavelmente gigantes e majestosos (donde os nomes vulgares portugueses
palanca-real e palanca-gigante).
Atualmente não sobrevivem mais de 1000 exemplares de
Hippotragus niger ssp. variani, distribuídos pela Luando Reserve e pelo
Kangandala National Park, em Angola, país do qual este famoso mamífero se
tornou símbolo nacional.
Segundo os geneticistas, é necessário um número mínimo de
250 a 500 indivíduos para se possuir uma população potencialmente capaz de
manter uma variabilidade geneticamente aceitável durante pelo menos 200 anos,
pelo que a palanca-preta de Angola está perigosamente perto de um limite que a
poderá fazer seguir os passos da palanca-azul do Cabo.
Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre
os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.
Os animais selvagens e suas partes constituem os
ingredientes essenciais na preparação de remédios na medicina tradicional.
Apesar de serem utilizados amplamente para tratar uma
variedade de doenças, muitos desses produtos retirados da vida selvagem são
usados nas cerimônias, práticas religiosas e nos fetiches.
De fato, a medicina baseada no uso de animais sempre
desempenhou um papel importante nas práticas de cura, rituais mágicos e nas
sociedades religiosas por toda parte.
Todas as civilizações com sistemas medicinais bem
estruturados utilizaram animais como remédios.
Estima-se que dos 252 elementos químicos essenciais
selecionados pela Organização Mundial de Saúde, 8.7% são de origem animal.
A África vangloria-se de possuir uma longa tradição no uso
de plantas e animais para propósitos medicinais.
As curas tradicionais existem bem antes do advento da
medicina ortodoxa mais moderna, e as pessoas dependeram amplamente dela como a
única fonte de saúde e bem estar.
Ela continua sendo praticada hoje em dia na Nigéria e
convive lado a lado com a medicina contemporânea, onde os tradicionais
curandeiros atuam e continuam fazendo suas descobertas para curar as principais
doenças nessa sociedade.
Essas descobertas fundamentam-se nos esforços consistentes
dos curandeiros para erradicar as doenças perigosas que tem assolado a
sociedade nos tempos recentes e que muitas vezes parecem incuráveis pela
medicina ortodoxa.
Possui vários usos na medicina e feitiçaria ioruba:
Reumatismo
Ossos desse animal
Fraturas ósseas
Ossos desse animal
Fonte:
Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre
os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.
Publicado no African Journal of Agricultural Research Vol.
3, pp. 421-427, Junho de 2008
Soewu, Durojaye A
Department of Plant Science and Applied Zoology, Faculty of
Science Olabisi Onabanjo University, P. M. B 2002, Ago-Iwoye, Ogun-State,
Nigeria.
Etnozoologia: Ramo da Zoologia que estuda o papel
tradicional de certos animais na vida e folclore de determinada raça ou povo.