Alguns animais, especialmente os domesticados, e até mesmo
os selvagens, são fonte de encantamento e alegria para os iorubas.
Além do cão e gato, usados como animais de estimação, os
cães também servem para a caça e a segurança, o cavalo para representar marca
de realeza, e o macaco babuíno para entretenimento e diversão.
Como consequência desse contato próximo e observação
apurada, os iorubas tem um profundo conhecimento desses animais.
Seus hábitos, forma e alimentação estão bem reconhecidos e
apreciados na musica e poesia.
Os humanos não são os únicos a receberem nomes de batismo.
Animais domésticos como gatos, cães, cabras recebem nomes
que refletem suas aspirações.
É comum encontrar um cabrito chamado de kánisùúrù que
significa, devemos ter paciência, nome que expressa a importância desse valor
para o dono.
A ocupação tradicional do povo ioruba é a caça e a agropecuária,
onde o contato com os animais é constante.
As características comportamentais desses bichos é bem
conhecida e daí as metáforas que se formam referindo-se aos predicados
homem/animal, referindo-se a hábitos e atitudes similares.
Por exemplo, o gato, ológbò, é apreciado pela amizade e
curiosidade.
O carneiro, agutan, pela docilidade e por vezes pela
estupidez.
O cavalo pela sua energia, e o cão aja, por ser um
companheiro e seguidor sem crítica.
As atribuições físicas, e seus sons e hábitos característicos,
também são observados como formas metafóricas alusivas a determinados comportamentos.
O carneiro é comparado ao humano pelo seu comportamento
dócil.
Àgùtàn – Carneiro
+ carinhoso, dócil
+ lerdo preguiçoso
+ intelectualmente fraco
Trecho do trabalho:
The Yorùbá Animal Metaphors: Analysis and Interpretation
Adésolá Olátéjú
University of Ibadan, Nigeria
O carneiro africano
A ovelha (Ovis aries) que pode ser chamado no masculino por
carneiro e quando pequeno como cordeiro, anho ou borrego, é um mamífero
ruminante bovídeo da subfamília Caprinae, que também inclui a cabra.
Esse animal tem sido encarado como divino desde os tempos
mais remotos.
Os egípcios adoravam o deus Amon cuja cabeça tinha chifres,
assim como também a do o deus judaico Yaweh , cujo simbolismo de carneiro está
citado nos livros mais antigos da Biblia.
O carneiro é o animal consagrado a Xangô, por vários
motivos, entre eles o de viver no topo das montanhas, perto do céu, e por
grunhir como um trovão.
Seus belos chifres espiralados são usados para produzir sons
nas ocasiões cerimoniais pelas sacerdotisas, que os carregam como cetros.
Muitos desses cetros são feitos de madeira, bronze e algumas
vezes de ouro.
Apesar de serem chamados de machadinhas, e identificados
como raios, a origem desses objetos provavelmente simbolizava em sua origem, a
cabeças do carneiro.