Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre
os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.
Pangolim
Nome científico - Manis tricuspis
Nome ioruba – Aika
Este animal tem o corpo coberto de escamas.
Adota uma forma enrolada, semelhante à do ouriço-cacheiro,
quando ameaçado.
Não possui dentes estando mais próximo dos carnívoros que os
papa-formigas sul-americanos.
Dorme numa toca profunda durante o dia e se alimenta à
noite, principalmente de cupins e formigas, que apanha com sua língua comprida
e pegajosa.
É caçado e utilizado como especialidade gastronômica pelas
populações das zonas onde habita.
É um animal sossegado.
As suas escamas são traficadas para serem utilizadas como
afrodisíaco.
Os chineses e indianos chamam-no de peixe da floresta, pois
sua aparência é muito estranha para um mamífero.
Existem 7 espécies desse estranho mamífero, 4 na África e 3
na Ásia, todas elas semelhantes em aparência e hábitos.
O pangolim- de- cauda- comprida é essencialmente arborícola
e vive nas planícies do sul e leste da África.
O pangolim-de-cauda-curta, também chamado de
pangolim-indiano, vive em pares na Índia e em Sri Lanka.
São os únicos representantes da família Manidae e ordem
Pholidota. A ordem é muito antiga, com representantes fósseis datando do Eoceno
na Europa (Eomanis, do Eoceno Médio alemão, em Messel), América do Norte
(Patriomanis) e Ásia (Cryptomanis gobiensis, do Eoceno superior da Mongólia).
O Pangolim é um herói na cultura do povo Lega do Congo, por
ser considerado aquele que ensinou os homens a cobrir os tetos de suas casas,
devido à forma de suas escamas que se assemelham às camadas de telhas ou
folhas.
Suas escamas ainda são utilizadas para o artesanato e acessórios
de roupa.
Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre
os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.
Os animais selvagens e suas partes constituem os
ingredientes essenciais na preparação de remédios na medicina tradicional.
Apesar de serem utilizados amplamente para tratar uma
variedade de doenças, muitos desses produtos retirados da vida selvagem são
usados nas cerimônias, práticas religiosas e nos fetiches.
De fato, a medicina baseada no uso de animais sempre
desempenhou um papel importante nas práticas de cura, rituais mágicos e nas
sociedades religiosas por toda parte.
Todas as civilizações com sistemas medicinais bem
estruturados utilizaram animais como remédios.
Estima-se que dos 252 elementos químicos essenciais
selecionados pela Organização Mundial de Saúde, 8.7% são de origem animal.
A África vangloria-se de possuir uma longa tradição no uso
de plantas e animais para propósitos medicinais.
As curas tradicionais existem bem antes do advento da
medicina ortodoxa mais moderna, e as pessoas dependeram amplamente dela como a
única fonte de saúde e bem estar.
Ela continua sendo praticada hoje em dia na Nigéria e
convive lado a lado com a medicina contemporânea, onde os tradicionais
curandeiros atuam e continuam fazendo suas descobertas para curar as principais
doenças nessa sociedade.
Essas descobertas fundamentam-se nos esforços consistentes
dos curandeiros para erradicar as doenças perigosas que tem assolado a
sociedade nos tempos recentes e que muitas vezes parecem incuráveis pela
medicina ortodoxa.
Tem vários usos na medicina e feitiçaria ioruba:
Fertilidade feminina
Quaisquer partes do animal macho
Apaziguar as bruxas
Quaisquer partes do animal
Amuleto pra a prevenção de acidentes
Quaisquer partes do animal
Fonte:
Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre
os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.
Publicado no African Journal of Agricultural Research Vol.
3, pp. 421-427, Junho de 2008
Soewu, Durojaye A
Department of Plant Science and Applied Zoology, Faculty of
Science Olabisi Onabanjo University, P. M. B 2002, Ago-Iwoye, Ogun-State,
Nigeria.
Etnozoologia: Ramo da Zoologia que estuda o papel
tradicional de certos animais na vida e folclore de determinada raça ou povo.