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domingo, 25 de março de 2012

Amotekun – Leopardo


Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade. 

Nome ioruba - Amotekun
Nome Científico: Panthera Pardus

O Leopardo do Benim

O Benim, uma das antigas capitais do reino Ioruba, teve sua origem entre os Adjá.
Seu povo fala a língua Fon e vive atualmente ao sul do Benin e do Togo.
São conhecidos na história através de seu reino, o Daomé, e na Diáspora pelo vodu.
Esse reino deu lugar a uma forma própria de arte: os famosos "bronzes de Benim".
O Reino do Daomé, atual Republica do Benim, teve sua origem lendária na cidade-reino Adjá de Tadô (ou Sadô).
Agassu, Agassou foi seu herói mítico e fundador da linhagem dos kpòvi (filhos do leopardo).
Segundo a tradição ele foi gerado pela princesa Alìgbonon, filha do rei da cidade Adjá de Tadô ou Sadô, às margens do Rio Mono, no atual Togo, depois de um encontro com um leopardo.
Por isso o seu nome significa "bastardo".
Apesar desse apelido injurioso, seus descendentes fundaram os reinos de Allada, Porto Novo e Abomei no atual Benin.
É cultuado como vodun nessas três cidades, governadas por seus descendentes.
No Abomé fica o centro de seu culto.
O seu emblema é o leopardo, cuja pele faz parte das insígnias tanto de rei como de Agassunon (sumo sacerdote).
Os seus iniciados são chamados de Hogbonutó (nativos de Hogbonu), atual Porto Novo, pois é nessa cidade foi estabelecido o culto de Agassu como vodun.

Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.

Os animais selvagens e suas partes constituem os ingredientes essenciais na preparação de remédios na medicina tradicional.
Apesar de serem utilizados amplamente para tratar uma variedade de doenças, muitos desses produtos retirados da vida selvagem são usados nas cerimônias, práticas religiosas e nos fetiches.
De fato, a medicina baseada no uso de animais sempre desempenhou um papel importante nas práticas de cura, rituais mágicos e nas sociedades religiosas por toda parte.
Todas as civilizações com sistemas medicinais bem estruturados utilizaram animais como remédios.
Estima-se que dos 252 elementos químicos essenciais selecionados pela Organização Mundial de Saúde, 8.7% são de origem animal.
A África vangloria-se de possuir uma longa tradição no uso de plantas e animais para propósitos medicinais.
As curas tradicionais existem bem antes do advento da medicina ortodoxa mais moderna, e as pessoas dependeram amplamente dela como a única fonte de saúde e bem estar.
Ela continua sendo praticada hoje em dia na Nigéria e convive lado a lado com a medicina contemporânea, onde os tradicionais curandeiros atuam e continuam fazendo suas descobertas para curar as principais doenças nessa sociedade.
Essas descobertas fundamentam-se nos esforços consistentes dos curandeiros para erradicar as doenças perigosas que tem assolado a sociedade nos tempos recentes e que muitas vezes parecem incuráveis pela medicina ortodoxa.

Partes do leopardo são utilizadas como remédio ou amuleto para curas e prevenções.

Fraturas ósseas
A cabeça do animal
Proteção contra más influencias
A pele do animal
Aplacar as bruxas
A cabeça do animal

Fonte:
Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.
Publicado no African Journal of Agricultural Research Vol. 3, pp. 421-427, Junho de 2008
Soewu, Durojaye A
Department of Plant Science and Applied Zoology, Faculty of Science Olabisi Onabanjo University, P. M. B 2002, Ago-Iwoye, Ogun-State, Nigeria.

Etnozoologia: Ramo da Zoologia que estuda o papel tradicional de certos animais na vida e folclore de determinada raça ou povo.