Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre
os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.
Nome ioruba -Ayekooto
Nome Científico: Psittacus erithacus
Nome Vulgar: Jaco, Papagaio cinza africano, Papagaio do
Congo, Papagaio da Costa.
Nativo da África central e ocidental, desde a Serra Leoa até
o Quênia, passando pela Costa do Marfim, Angola, Congo e Tanzânia.
O papagaio-africano ou do Congo é um psitacídeo, família da
qual todos os papagaios fazem parte.
É o maior entre as espécies psittacus, aves cinzentas de
cauda vermelha, e o mais difundido pelo mundo.
Mede aproximadamente 30 cm e chegando a atingir 40 cm.
Pesa entre 430 e 580 g.
Os machos chegam a alcançar de 530 a 580 g e as fêmeas
chegam a pesar até 460 g.
Este animal tem origem nas florestas tropicais da costa
ocidental africana.
Vive nas matas e em beiras de rios, geralmente aos pares ou
em grupos familiares.
Alimenta-se de sementes, frutas e vegetais, mas sua comida
preferida são as nozes da palmeira, (dendezeiro) ricas em azeite.
Simpático, afável, inteligente e muito conversador, é capaz
de repetir uma enorme quantidade de palavras e sons, sendo frequente imitar o
toque do telefone, sirenes de bombeiros, sinos de igreja e despertadores de
relógio.
Essa ave tem inteligência comparada à de golfinhos e macacos
E capacidade de aprender cerca de 5.000 palavras e mostra
inteligência comparável à de uma criança de cinco anos.
Além dos os sons que gosta de imitar, é um animal pouco
ruidoso e pouco destruidor, apesar de ter um bico com uma força inacreditável,
sendo capaz de cortar um dedo humano.
Chega a viver até 80 anos.
O seus ovos são utilizados na medicina ioruba africana como
remédio contra veneno de cobra.
As penas vermelhas de sua cauda são consideradas sagradas
entre os iorubas.
Utilizadas nos rituais de iniciação nas religiões afros,
simbolizam o sangue menstrual feminino pelo qual flui a humanidade.
É a única cor que Oxalá, divindade da criação usa além do
branco.
Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre
os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.
Os animais selvagens e suas partes constituem os
ingredientes essenciais na preparação de remédios na medicina tradicional.
Apesar de serem utilizados amplamente para tratar uma
variedade de doenças, muitos desses produtos retirados da vida selvagem são
usados nas cerimônias, práticas religiosas e nos fetiches.
De fato, a medicina baseada no uso de animais sempre
desempenhou um papel importante nas práticas de cura, rituais mágicos e nas
sociedades religiosas por toda parte.
Todas as civilizações com sistemas medicinais bem
estruturados utilizaram animais como remédios.
Estima-se que dos 252 elementos químicos essenciais
selecionados pela Organização Mundial de Saúde, 8.7% são de origem animal.
A África vangloria-se de possuir uma longa tradição no uso
de plantas e animais para propósitos medicinais.
As curas tradicionais existem bem antes do advento da
medicina ortodoxa mais moderna, e as pessoas dependeram amplamente dela como a
única fonte de saúde e bem estar.
Ela continua sendo praticada hoje em dia na Nigéria e
convive lado a lado com a medicina contemporânea, onde os tradicionais curandeiros
atuam e continuam fazendo suas descobertas para curar as principais doenças
nessa sociedade.
Essas descobertas fundamentam-se nos esforços consistentes
dos curandeiros para erradicar as doenças perigosas que tem assolado a
sociedade nos tempos recentes e que muitas vezes parecem incuráveis pela
medicina ortodoxa.
Fonte:
Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre
os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.
Publicado no African Journal of Agricultural Research Vol.
3, pp. 421-427, Junho de 2008
Soewu, Durojaye A
Department of Plant Science and Applied Zoology, Faculty of
Science Olabisi Onabanjo University, P. M. B 2002, Ago-
Iwoye, Ogun-State, Nigeria.
Etnozoologia: Ramo da Zoologia que estuda o papel
tradicional de certos animais na vida e folclore de determinada raça ou povo.