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sábado, 24 de março de 2012

Ayekooto - Papagaio Africano


Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.

Nome ioruba -Ayekooto
Nome Científico: Psittacus erithacus
Nome Vulgar: Jaco, Papagaio cinza africano, Papagaio do Congo, Papagaio da Costa.
Nativo da África central e ocidental, desde a Serra Leoa até o Quênia, passando pela Costa do Marfim, Angola, Congo e Tanzânia.

O papagaio-africano ou do Congo é um psitacídeo, família da qual todos os papagaios fazem parte.
É o maior entre as espécies psittacus, aves cinzentas de cauda vermelha, e o mais difundido pelo mundo.
Mede aproximadamente 30 cm e chegando a atingir 40 cm.
Pesa entre 430 e 580 g.
Os machos chegam a alcançar de 530 a 580 g e as fêmeas chegam a pesar até 460 g.
Este animal tem origem nas florestas tropicais da costa ocidental africana.
Vive nas matas e em beiras de rios, geralmente aos pares ou em grupos familiares.
Alimenta-se de sementes, frutas e vegetais, mas sua comida preferida são as nozes da palmeira, (dendezeiro) ricas em azeite.
Simpático, afável, inteligente e muito conversador, é capaz de repetir uma enorme quantidade de palavras e sons, sendo frequente imitar o toque do telefone, sirenes de bombeiros, sinos de igreja e despertadores de relógio.
Essa ave tem inteligência comparada à de golfinhos e macacos
E capacidade de aprender cerca de 5.000 palavras e mostra inteligência comparável à de uma criança de cinco anos.
Além dos os sons que gosta de imitar, é um animal pouco ruidoso e pouco destruidor, apesar de ter um bico com uma força inacreditável, sendo capaz de cortar um dedo humano.
Chega a viver até 80 anos.
O seus ovos são utilizados na medicina ioruba africana como remédio contra veneno de cobra.
As penas vermelhas de sua cauda são consideradas sagradas entre os iorubas.
Utilizadas nos rituais de iniciação nas religiões afros, simbolizam o sangue menstrual feminino pelo qual flui a humanidade.
É a única cor que Oxalá, divindade da criação usa além do branco.

Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.

Os animais selvagens e suas partes constituem os ingredientes essenciais na preparação de remédios na medicina tradicional.
Apesar de serem utilizados amplamente para tratar uma variedade de doenças, muitos desses produtos retirados da vida selvagem são usados nas cerimônias, práticas religiosas e nos fetiches.
De fato, a medicina baseada no uso de animais sempre desempenhou um papel importante nas práticas de cura, rituais mágicos e nas sociedades religiosas por toda parte.
Todas as civilizações com sistemas medicinais bem estruturados utilizaram animais como remédios.
Estima-se que dos 252 elementos químicos essenciais selecionados pela Organização Mundial de Saúde, 8.7% são de origem animal.
A África vangloria-se de possuir uma longa tradição no uso de plantas e animais para propósitos medicinais.
As curas tradicionais existem bem antes do advento da medicina ortodoxa mais moderna, e as pessoas dependeram amplamente dela como a única fonte de saúde e bem estar.
Ela continua sendo praticada hoje em dia na Nigéria e convive lado a lado com a medicina contemporânea, onde os tradicionais curandeiros atuam e continuam fazendo suas descobertas para curar as principais doenças nessa sociedade.
Essas descobertas fundamentam-se nos esforços consistentes dos curandeiros para erradicar as doenças perigosas que tem assolado a sociedade nos tempos recentes e que muitas vezes parecem incuráveis pela medicina ortodoxa.

Fonte: 
Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.
Publicado no African Journal of Agricultural Research Vol. 3, pp. 421-427, Junho de 2008
Soewu, Durojaye A
Department of Plant Science and Applied Zoology, Faculty of Science Olabisi Onabanjo University, P. M. B 2002, Ago-
Iwoye, Ogun-State, Nigeria.

Etnozoologia: Ramo da Zoologia que estuda o papel tradicional de certos animais na vida e folclore de determinada raça ou povo.