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sábado, 24 de março de 2012

Lekeleke - Garça carrapateira


Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade. 

A garça real da África (Bulbucus ou Ardeola ibis) passeia no lombo dos elefantes, comendo os insetos que pousam no animal.
Vive em pequenos bandos, e não se separa das manadas durante o dia. À noite, dorme em árvores.
Também conhecidas como garças-vaqueiras ou garças-carrapateiras, são originárias do continente africano, rodeiam os rebanhos de gnus, zebras, búfalos e similares, por se alimentarem de carrapatos e insetos que parasitam ruminantes e herbívoros em geral.
Quando a população dos carrapatos diminui essas aves migram para outras regiões
Existem espécies similares aqui no Brasil, entre as quais a Ardea Alba, que se alimenta de pequenos insetos e peixes.
Há controvérsias sobre a origem dessas garças-brancas-pequenas, chamadas de garças-carrapateiras.
Alguns especialistas dizem que elas migraram da África para o Brasil, enquanto outros dizem ser ela nativa.
Suas plumas estão ligadas ao culto de Lissá dos Ewe-Fon e relacionada às feiticeiras Iyamis (amuleto).
Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.

Os animais selvagens e suas partes constituem os ingredientes essenciais na preparação de remédios na medicina tradicional.

Apesar de serem utilizados amplamente para tratar uma variedade de doenças, muitos desses produtos retirados da vida selvagem são usados nas cerimônias, práticas religiosas e nos fetiches.
De fato, a medicina baseada no uso de animais sempre desempenhou um papel importante nas práticas de cura, rituais mágicos e nas sociedades religiosas por toda parte.
Todas as civilizações com sistemas medicinais bem estruturados utilizaram animais como remédios.
Estima-se que dos 252 elementos químicos essenciais selecionados pela Organização Mundial de Saúde, 8.7% são de origem animal.
A África vangloria-se de possuir uma longa tradição no uso de plantas e animais para propósitos medicinais.
As curas tradicionais existem bem antes do advento da medicina ortodoxa mais moderna, e as pessoas dependeram amplamente dela como a única fonte de saúde e bem estar.
Ela continua sendo praticada hoje em dia na Nigéria e convive lado a lado com a medicina contemporânea, onde os tradicionais curandeiros atuam e continuam fazendo suas descobertas para curar as principais doenças nessa sociedade.
Essas descobertas fundamentam-se nos esforços consistentes dos curandeiros para erradicar as doenças perigosas que tem assolado a sociedade nos tempos recentes e que muitas vezes parecem incuráveis pela medicina ortodoxa. 

Fonte:
Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.
Publicado no African Journal of Agricultural Research Vol. 3, pp. 421-427, Junho de 2008
Soewu, Durojaye A
Department of Plant Science and Applied Zoology, Faculty of Science Olabisi Onabanjo University, P. M. B 2002, Ago-
Iwoye, Ogun-State, Nigeria.

Etnozoologia: Ramo da Zoologia que estuda o papel tradicional de certos animais na vida e folclore de determinada raça ou povo.