A produção cerâmica na África está documentada através de
numerosos sítios arqueológicos.
No Quênia foram encontrados objetos que datam do paleolítico
superior, na região saariana, e achados mais antigos de 8000 antes de Cristo.
Na Nigéria essa tradição parece existir desde o IV milênio
AC.
Com essas origens antigas a cerâmica constitui uma atividade
florescente na maior parte da população sedentária do continente.
As sociedades africanas tradicionais (ou pré-coloniais)
tinham em suas atividades econômicas uma das formas de sobrevivência, de acordo
com o meio ambiente em que viviam de suas necessidades materiais e espirituais,
e de toda uma tradição anterior de várias técnicas e tipos de produção. Havia
muitos povos nômades, que precisavam se deslocar periodicamente, e havia povos
sedentários, que fundando seus territórios, chegaram a constituir grandes
reinos, desenvolvendo atividades econômicas produtivas, tanto de bens de
consumo como de bens de prestígio (em que se destacam várias de suas artes de
escultura e metalurgia).
O que a história oficial procurou velar é que os africanos
desenvolveram várias formas de governo muito complexas, baseando-se seja em uma
ordem genealógica (clãs e linhagens), seja em processos iniciáticos (classes de
idade), seja, ainda, por chefias (unidades políticas, sob várias formas).
Algumas grandes chefias, consideradas Estados tradicionais, são conhecidas
desde o século IV (como a primeira dinastia de Gana), mesmo assim posteriores a
grandes civilizações, cuja existência pode ser testemunhada pela arte, como a
cerâmica de Nok (Nigéria), datada do século V a.C. ao II século d.C. Aliás, ela
é uma das produções mais atingidas pelo tráfico do mercado negro das artes na
África que coloca em risco toda uma história ainda não completamente estudada.