Cerâmica tradicional africana
Há aproximadamente dois mil e quinhentos anos, quando
Cartago mal começava a despontar como potencia ao norte da África, florescia no
território da atual Nigéria uma das civilizações mais fascinantes da Historia
do continente: a cultura Nok.
O Antigo Egito caia sob a dominação persa e, na Grécia, Péricles
conduzia Atenas ao período de seu maior esplendor.
Foi nesse mesmo tempo que os Nok produziam a escultura
africana mais antiga que se conhece, além da egípcia.
São figuras humanas de terracota, feitas a mão por
agricultores sedentários dedicados ao cultivo do inhame e do óleo de palma, com
os olhos de forma mais ou menos triangular, perfurados ao centro e com
penteados elaborados,
Os Nok, que nunca formaram um grupo homogêneo, desapareceriam
misteriosamente séculos depois, ao final do primeiro milênio DC, em
consequência da fome ou de alguma epidemia.
E junto com eles, suas terracotas, que vinculavam os mundos
sobrenatural e material de seu povo, honrando a seus deuses e antepassados e
propiciando a fertilidade.
Uma casualidade fez que em 1929, fossem descobertas, no
interior da Nigéria, os primeiros vestígios dessa civilização.
E de 1932 a 1943, as primeiras figuras de um povo que
exerceu uma influencia decisiva nas culturas posteriores, como Ife a antiga capital
religiosa do reino Ioruba, que alcançou seu esplendor entre os séculos X e XIV,
e nas esculturas de bronze do reino de Benin, entre XII a XIX.
Hoje, as terracotas Nok são umas das mais apreciadas pelos
colecionadores de arte africana.