As metáforas animais iorubas
No período pré-literário dos iorubas, a
caça e as atividades agropecuária eram as suas principais atividades, e mesmo
atualmente uma grande porcentagem desse povo é caçador e fazendeiro.
Isso se deve em grande parte pela
privilegiada localização de seu território situado na faixa que se estende
entre a savana e a floresta.
O rico solo da floresta se presta para
o cultivo agrícola, mas também é a moradia de variadas espécies de animais de
grande e pequeno porte.
Muitos desses animais são caçados com
armas ou armadilhas servindo como refeição e fonte de renda.
Mas também é comum caça-los para serem
domados e domesticados.
Os animais dessa categoria incluem o as
cabras, gatos, porcos, cães, tartarugas, macacos e cavalos, entre outros.
Como consequência desse contato próximo
e observação apurada, os iorubas tem um profundo conhecimento desses animais.
Seus hábitos, forma e alimentação estão
bem reconhecidos e apreciados na musica e poesia.
As características comportamentais
desses bichos é bem conhecida e daí as metáforas que se formam referindo-se aos
predicados homem/animal, referindo-se a hábitos e atitudes similares.
Por exemplo, o gato, ológbò, é
apreciado pela amizade e curiosidade.
O carneiro, agutan, pela docilidade e
por vezes pela estupidez.
O cavalo pela sua energia, e o cão aja,
por ser um companheiro e seguidor sem crítica.
As atribuições físicas, e seus sons e hábitos
característicos, também são observados como formas metafóricas alusivas a
determinados comportamentos.
Esin, o cavalo, é comparado ao humano
pelo:
+ vigor / força
+ realeza, higiene pessoal
Oriki
Olósunde n be nlé, àbâó ròde?
â¦omo ewà tièmi bi Irù esin
Tradução:
É ela, Olosunde quem está em casa? Ou
saiu para uma visita?
Seu cabelo, dotado de beleza é tão
abundante quanto o rabo de um cavalo.
Sentido:
O sujeito de Olosunde está sendo
predicado para o oriki.
O rabo do cavalo, Iru Esin, que é
frequentemente abundante para evocar a abundancia de sua beleza.
O Festival do Durbar
O festival de Durbar teve inicio cem
anos antes que os Emirados do Norte (estados) utilizassem os cavalos para a
guerra.
Naquela época, cada cidade, distrito ou
família nobre deveria colaborar com seu regimento militar para a segurança do
Emirado.
Uma ou duas vezes ao ano os lideres
militares convidam vários regimentos para um Durbar (parada militar) em honra
do Emir (rei) e seus oficiais.
Nessa parada os regimentos apresentavam
sua habilidade na equitação, seu preparo militar e sua lealdade ao Emir.
Nos últimos anos essa festividade vem
sendo chamada de carnaval de Abuja.
O Durbar começa com o desfile dos
grupos que atravessam a grande praça com todo esplendor, aproximando-se do
Emir.
Ao chegarem à sua frente param
abruptamente para saúdá-lo com suas espada erguidas.
Os últimos cavaleiros são os da família
e da guarda pessoal do Emir, os Drogari.
Depois das comemorações
O Emir e seus oficiais retiram-se para
o palácio e a festa continua com musica, dança e bandas Fulani tocando o shadi.